CPI desiste de ouvir Marcelo Queiroga pela terceira vez

A CPI da Covid desistiu de interrogar o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (foto), pela terceira vez -- o depoimento estava agendado para 18 de outubro. Os senadores tomaram a decisão em uma reunião virtual, na manhã desta terça-feira, 12.

No lugar de Queiroga, a comissão deve ouvir o médico Carlos Carvalho, que diz ter sido o responsável por pedir para a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde, órgão consultivo do ministério, retirar da pauta da última quinta-feira um parecer contrário ao uso do Kit Covid, formado por medicamentos ineficazes contra o coronavírus, como hidroxicloroquina e azitromicina, na fase pré-hospitalar.

A convocação de Carvalho ainda não foi aprovada pelo plenário e, por isso, a CPI deve realizar uma sessão extraordinária para avaliá-la ainda nesta semana. Os senadores querem saber se foi por interferência de Jair Bolsonaro que a Conitec adiou a votação do parecer desfavorável ao "tratamento precoce".

A oitiva de Queiroga acabou descartada porque, após a convocação, na semana passada, o Ministério da Saúde entregou à CPI respostas sobre o cronograma do Programa Nacional de Imunizações para o próximo ano.

Repassados à comissão com atraso, os documentos destacaram que o ministério não pretende incluir no plano de imunização a vacina chinesa CoronaVac e revelaram a posição contrária do governo à vacinação de menores de 12 anos.

Autor do requerimento de convocação de Queiroga, o senador Alessandro Vieira afirmou a Crusoé que "as respostas apresentadas por escrito foram suficientes".

Apesar da mudança no cronograma de depoimentos, fica mantida para a próxima terça-feira, 19, a entrega do relatório final da CPI por Renan Calheiros. No dia seguinte, o documento, que deve propor o indiciamento de Jair Bolsonaro, será votado.