Coordenador da Lava Jato na PGR pede para deixar o posto

O coordenador da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República, José Adônis Callou de Sá, pediu dispensa da função nesta quinta-feira, 23. “Não há um motivo específico, quero deixá-lo à vontade para ajustes na sua equipe”, afirmou o subprocurador em mensagem enviada a Crusoé.

Callou de Sá assumiu o posto em outubro do ano passado e era o responsável pelo Grupo de Trabalho à frente dos casos da operação no STF. Apesar de não admitir o motivo de sua saída, membros da equipe já vinham percebendo a dificuldade de sintonia entre ele e o procurador-geral da República, Augusto Aras, que estava interferindo nos trabalhos do grupo.

Nos bastidores, avalia-se que o modelo adotado por Aras, de entregar o GT da Lava Jato a um subprocurador, não tem sido bem-sucedido, justamente pela dificuldade de garantir a autonomia dos trabalhos do coordenador em atuar diretamente perante o STF. Nas gestões anteriores, de Raquel Dodge e Rodrigo Janot, os coordenadores da Lava Jato não eram subprocuradores e não podiam assinar as peças que eram enviadas ao Supremo Tribunal Federal. Situação diferente da de Callou, que já está no topo da carreira e pode assinar peças encaminhadas à corte com a designação do PGR.

Apesar de deixar o posto, Callou seguirá trabalhando em casos da Lava Jato do Rio perante as turmas criminais do Superior Tribunal de Justiça, onde ele atuava antes de ir para o posto.