"Contrato está em andamento", diz Caixa sobre Eduardo Bueno
Vereador do Novo, Ramiro Rosário, pediu apuração de contrato da estatal com historiador que celebrou assassinato de Charlie Kirk

O vereador do partido Novo de Porto Alegre, Ramiro Rosário, protocolou ofícios no Ministério Público Federal (MPF) e na Caixa Econômica Federal (CEF) pedindo a apuração de um contrato de 3,27 milhões de reais, firmado com dispensa de licitação, entre a instituição financeira e a empresa do escritor e historiador Eduardo Bueno, o Peninha.
O pedido surge após vídeos publicados nas redes sociais em que Bueno comemorou a morte do ativista americano Charlie Kirk.
Para Rosário, as falas de Bueno ferem princípios da administração pública, como moralidade, impessoalidade e integridade.
Segundo o vereador, a empresa de Bueno, PEN Publicações Ltda, já recebeu 1,63 milhões de reais da Caixa Econômica para a execução de um projeto cultural.
“Não podemos tolerar que o suado dinheiro do pagador de impostos seja usado para financiar atrocidades como as ditas por Peninha. Não é aceitável que um fornecedor da Caixa deboche de um assassinato e incite violência, como se isso fosse entretenimento”, afirmou Ramiro Rosário, ao destacar que mais de 1,6 milhão de reais do contrato já foi pago.
O ofício destinado à CEF solicita a apuração interna e a eventual rescisão do contrato, caso seja comprovado que as falas do contratado prejudicam a imagem e a credibilidade da instituição.
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Caixa Econômica
Crusoé enviou um pedido de informações para a Caixa Econômica, que respondeu o seguinte:
"A Caixa informa que o jornalista Eduardo Bueno é autor de dois livros sobre a história da Caixa, contratados em 2002 e 2010."
"Este ano, o escritor foi contratado para atualizar os livros escritos por ele, com previsão de entrega em 2026. Além do livro em português e inglês, a contratação contempla uma web série documental baseada na obra, sobre os 165 anos da Caixa, o fornecimento de exemplares impressos e versão digital e bilingue do livro em formato de revista eletrônica."
"Em razão do disposto na Lei 9.610, que regula os direitos autorais, a contratação aconteceu com inexigibilidade de licitação por impossibilidade de se estabelecer competição para essa contratação, uma vez que cabe ao detentor dos direitos autorais a revisão e ampliação da obra."
"O contrato está em andamento e cumprindo as etapas previstas contratualmente."
Eduardo Bueno
Crusoé também procurou Eduardo Bueno, que mandou a seguinte mensagem:
"Eu tenho muito orgulho desse trabalho. Sou uma pessoa totalmente transparente e estou totalmente disposto a falar sobre isso. Mas isso não depende de mim. A Caixa pediu para que eu não me manifeste até a posição oficial. Eu respeito inteiramente a posição da Caixa, porque é uma questão que envolve a empresa institucionalmente", diz Bueno.
Após intensa reação aos seus vídeos sobre o assassinato de Charlie Kirk, Bueno se retratou publicamente em sua conta no Instagram.
“Os deslizes e excessos eventualmente nos incitam e empurram, e não restam dúvidas que cometi. Estou aqui para fazer retratação seguida de poréns”, afirmou.
“Foram parlamentares políticos de extrema direita, nociva e desprezível, e eu lamento ter dado combustível para eles. Serviu de cortina de fumaça para que não se discutisse a condenação de militares golpistas.”
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