Como fica a situação dos cristãos na Síria: "não sabem o que esperar"
"Persistem dúvidas devido às origens jihadistas do HTS e ao histórico de abusos dos direitos humanos", afirmou a ONG Portas Abertas
A ONG Portas Abertas, que ajuda cristãos perseguidos no mundo, publicou duas notas desde a derrubada do ditador Bashar Assad na síria, no domingo, 8.
Na sua última manifestação, a ONG afirmou que o principal sentimento é de incerteza após a tomada de Damasco pelo grupote terrorista HTS, uma dissidência da Al Qaeda.
"Enquanto o HTS promete segurança e coexistência pacífica para todas as minorias, incluindo cristãos, persistem dúvidas devido às origens jihadistas do HTS e ao histórico de abusos dos direitos humanos”, afirma na nota Henriette Kats, analista de pesquisa da Portas Abertas no Oriente Médio.
A última nota fala sobre como foi o tratamento dado aos cristãos dm Idlib, uma cidade do noroeste da Síria que ficou por vários anos sob o controle do HTS.
"Sob o controle do grupo em Idlib, líderes cristãos não podiam andar fora de casa com roupas que os identificasse como cristãos. Além disso, cruzes foram removidas dos edifícios das igrejas", diz a nota.
"Os cristãos, como outros sírios, sentem-se inseguros, pois não sabem o que esperar. Em geral, eles temem que a mudança de controle tenha um impacto negativo na liberdade que tinham como cristãos", segue o texto (Na imagem desta nota, vê-se uma inscrição da porta de uma casa na Síria: "Jesus está conosco").
Deposição de Saddam Hussein
A Portas Abertas também lembra o que ocorreu no Iraque, após a queda do ditador sunita Saddam Hussein.
"A substituição de um tirano pode ser complicada e resultar em uma brecha no poder. Isso é o que aconteceu no Iraque em 2007, quando Saddam Hussein foi deposto e um vácuo de poder levou ao surgimento do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EI ou Isis). Isso é o que os cristãos oram para que não aconteça. Há espaço para um otimismo cauteloso, particularmente, porque o HTS está dizendo muitas coisas certas. Mas, agora, o futuro é simplesmente desconhecido", diz o documento.
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