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    Como conter Putin

    O filósofo canadense-americano Stephen Hicks discorre sobre as ideias autoritárias do presidente da Rússia e diz que, para contê-lo, são necessários líderes com princípios liberais genuínos

    Crusoé
    7 minutos de leitura 30.04.2022 15:00 comentários 5
    Hicks: "Foi com base nos princípios liberais que o Ocidente alcançou sua grandeza e inspirou bilhões de pessoas"
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    O filósofo canadense-americano Stephen Hicks dedica boa parte do seu tempo a analisar o papel das ideologias na manutenção do poder político e econômico. Em seu livro Guerra Cultural: Como o pós-modernismo criou uma narrativa de desconstrução do Ocidente, lançado no ano passado no Brasil pela Avis Rara, ele faz diversas críticas à esquerda. Hicks acusa os chamados progressistas de relativizar alguns conceitos, como o respeito pela liberdade individual, e de defender pautas coletivistas que já se provaram desastrosas.

    Com a invasão russa da Ucrânia, no final de fevereiro, Hicks passou a ser requisitado para falar sobre as ideias de Vladimir Putin, o presidente da Rússia. Em entrevista a Crusoé, Hicks afirma que não o considera um governante totalitário, mas que o perigo está principalmente naquele que irá sucedê-lo. “A concentração de poder e a degradação cultural, provocadas pelas políticas de Putin, serão uma oportunidade atraente para potenciais Stalins”, afirma.

    Ele também acha que a esquerda global, representada pelo presidente americano Joe Biden, carece de ferramentas para se contrapor a Putin. Para Hicks, o ocupante do Kremlin só poderá ser derrotado por líderes com princípios liberais genuínos. “Nossos líderes precisam articular e inspirar a responsabilidade individual, reforçar a separação entre igreja e estado, defender mercados livres e políticas racionais, baseadas na ciência e na tecnologia”, diz ele. “Uma mistura confusa de argumentos, usados apenas de forma reativa pela esquerda, será inútil.”

    Doutor em filosofia pela Universidade Indiana Bloomington e professor da Universidade Rockford, nos Estados Unidos, onde dirige o Centro de Ética e Empreendedorismo, Hicks também acredita que o capitalismo americano, por ser altamente inovador, tende a levar a melhor na disputa contra a economia estagnada da Rússia. Segue a conversa:

    Putin intensificou a repressão dentro da Rússia desde o início da guerra na Ucrânia. Ele está transformando seu país em um estado stalinista?
    Acho um exagero falar em “stalinista”. Putin é um governante autoritário, mas não chega a ser totalitário. Há também uma diferença de mentalidade entre esses dois grupos. Um político autoritário quer ter muito poder sobre grande parte da população. Os totalitários, por outro lado, desejam o controle completo da sociedade, a ponto de refazer a existência de cada indivíduo. Parte da retórica dos ideólogos que influenciaram Putin é totalitária. Um exemplo é Alexander Dugin, que fundou o Partido Nacional Bolchevique, nos anos 1990. Ele é claramente um fascista, que transplantou ideias da Itália e da Alemanha dos anos 1920 para a atualidade. Mas o grau de influência que Dugin tem sobre Putin é objeto de intenso debate, e sabemos que a retórica do presidente russo não vai tão longe. 

    O fato de Putin estar golpeando as liberdades individuais e praticamente ter acabado com a alternância de poder na Rússia não seria um indício de que ele busca o controle total?
    Putin está no poder há décadas, mas é preciso notar que, apesar disso, suas políticas repressivas têm sido mais focadas em rivais e dissidentes. Na ditadura soviética de Josef Stalin, ao contrário, muito rapidamente ocorreram repressões em massa e até mesmo genocídio.

    Putin não poderia se tornar um chefe totalitário?
    Para mim, o maior perigo são os precedentes que estão sendo estabelecidos e que determinarão o governo daquele que virá a suceder Putin. A concentração de poder e a degradação cultural, provocadas pelas políticas de Putin, serão uma oportunidade atraente para potenciais Stalins, que já começaram a se posicionar dentro da Rússia.

    en.kremlin
    Vladimir Putin: ele abre caminho para potenciais Stalins

    Qual governante do Ocidente está melhor se contrapondo às ideias de Putin? O americano Joe Biden ou o francês Emmanuel Macron, que acaba de ser reeleito?
    Nenhum deles. Mas, dos dois, Macron parece mais bem instruído e mais inteligente. Ele está mais consciente da ameaça russa e tem sido consistente na resposta. Quanto a Biden, não está claro para mim se ele é o presidente ou apenas um laranja que não executa direito suas funções, já que as decisões importantes são tomadas pelos outros.

    Qual seria a melhor forma de combater as investidas de Putin?
    É necessário contar com liberais de princípios – no significado genuíno dessa palavra. Nossos líderes precisam defender e inspirar a responsabilidade individual, reforçar a separação entre igreja e estado, defender mercados livres e políticas racionais, baseadas na ciência e na tecnologia. Foi com base nesses princípios que o Ocidente alcançou sua grandeza e inspirou bilhões de pessoas em todo o planeta. Muito do apelo de Putin vem do fato de que ele oferece uma visão com determinados valores e uma estratégia -- e ambos são repugnantes aos liberais, que devem atacá-los. Para o Ocidente e para os demais países combaterem Putin, uma mistura confusa de argumentos, usados apenas de forma reativa pela esquerda, será inútil. 

    Um país distante como o Brasil deveria se envolver mais na guerra?
    Sim e não. Quando digo que não, é porque o trabalho do governo brasileiro é proteger os direitos de seus cidadãos. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia não representa uma ameaça militar ao Brasil. E, por mais imperialistas que sejam as fantasias de Putin, demoraria muito tempo para que a Rússia chegasse à América do Sul. Portanto, a resposta do governo brasileiro deve ser proporcional à ameaça real. Mas também acho que sim, que é preciso fazer alguma coisa. A Rússia é uma grande potência mundial, e uma potência nuclear. Assim, a política russa deve preocupar o mundo inteiro, inclusive os cidadãos brasileiros. Preservar uma ordem internacional pacífica e liberal – como temos conseguido fazer há quase 80 anos – é do interesse de todos. Isso exige um esforço ativo da maioria das nações, que precisam agir diplomaticamente e fortalecer os acordos militares em vigor. O Brasil também é um importante ator internacional econômica e culturalmente, e seu crescimento depende da manutenção da atual ordem internacional, na qual o intercâmbio possa florescer. A propagação de ditaduras e de guerras prejudicaria severamente essas perspectivas.

    Os Estados Unidos são demonizados pela esquerda latino-americana como uma potência capitalista e imperialista. Será que, neste momento, o capitalismo americano poderia ajudar a conter o imperialismo russo?
    Os Estados Unidos são a maior economia do mundo e esbanjam capitalismo. No entanto, o país está se afastando de suas origens. Há duas décadas, os EUA estavam entre as cinco principais nações do mundo em liberdade econômica, mas eles têm caído constantemente nos rankings mundiais que medem a facilidade de fazer negócios. Este ano, os Estados Unidos caíram para o 20º lugar. Apesar disso, é importante ressaltar que os ingredientes capitalistas nos Estados Unidos criaram uma potência empreendedora. A inovação constante, principalmente na área tecnológica, torna o país resistente a nações que são lentas em realizar mudanças, como a Rússia. 

    Após dois meses, a guerra na Ucrânia chegou a um impasse. Nesta semana, os ucranianos agradeceram o apoio dos Estados Unidos e de países do Ocidente. Qual dos dois lados poderia sustentar o conflito por mais tempo?
    Guerras são muito caras e o capitalismo americano é inigualável na geração de riqueza. A Europa também tem grande capacidade tecnológica. A economia de baixo desempenho da Rússia, devido às políticas de Putin, não pode sustentar guerras expansionistas caras e de longo prazo.

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    Ana

    2022-05-01 09:43:15

    Excelente!


    Nyco

    2022-04-30 21:34:51

    Do jeito que o ocidente, que ainda brincam de casinha, a próxima vítima, agora da China, será a nossa querida Taiwan.


    Amaury G Feitosa

    2022-04-30 17:12:08

    Contra a força ... força dupla.


    Amaury

    2022-04-30 16:42:41

    Esqueceram da China como importante participante neste jogo de poder que se desenrola com a invasão da Ucrânia. Putin jamais teria iniciado a ofensiva sem o aval chinês. E o futuro desta guerra depende muito das ações que a China tomar.


    Francis

    2022-04-30 16:02:24

    Não responde o que se pergunta. Americanos sai donos do mundo? Quem deu ilhas asiáticas para americanos? Asiáticos podem ter possessões na América? Por que americanos se metem em Taiwan? Criem vergonha, bandidos. Chegou a hora. Ou parem, americanos, ou a destruição total.


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    Ana

    2022-05-01 09:43:15

    Excelente!


    Nyco

    2022-04-30 21:34:51

    Do jeito que o ocidente, que ainda brincam de casinha, a próxima vítima, agora da China, será a nossa querida Taiwan.


    Amaury G Feitosa

    2022-04-30 17:12:08

    Contra a força ... força dupla.


    Amaury

    2022-04-30 16:42:41

    Esqueceram da China como importante participante neste jogo de poder que se desenrola com a invasão da Ucrânia. Putin jamais teria iniciado a ofensiva sem o aval chinês. E o futuro desta guerra depende muito das ações que a China tomar.


    Francis

    2022-04-30 16:02:24

    Não responde o que se pergunta. Americanos sai donos do mundo? Quem deu ilhas asiáticas para americanos? Asiáticos podem ter possessões na América? Por que americanos se metem em Taiwan? Criem vergonha, bandidos. Chegou a hora. Ou parem, americanos, ou a destruição total.



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