Cessar-fogo ameaça coalizão de Netanyahu
O acordo é "mau e perigoso" para a segurança nacional, disse Bezalel Smotrich, ministro de Finanças e presidente do Partido Religioso Sionista
O ministro de Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, ameaçou na quarta-feira, 15, retirar o Partido Religioso Sionista, o qual preside, da coalizão que sustenta Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro israelense, caso o acordo de cessar-fogo com o Hamas seja aprovado.
Para Smotrich, o acordo é "mau e perigoso" para a segurança nacional de Israel.
"Juntamente com a grande alegria e entusiasmo pelo regresso de cada um dos reféns, a transação recupera muitas conquistas da guerra em que os heróis desta nação sacrificaram as suas vidas e nos custará muito sangue, Deus nos livre. Nós nos opomos fortemente a isso", escreveu o ministro israelense no X.
"Não ficaremos em silêncio", continuou. "A voz do sangue dos nossos irmãos clama por nós. Uma condição clara para a nossa permanência no governo é a certeza absoluta de um regresso à guerra com grande força, em plena amplitude e numa nova configuração até à vitória completa sobre todos os seus componentes, em primeiro lugar a destruição da organização terrorista Hamas e o retorno de todos os reféns às suas casas."
"Nos últimos dois dias, o primeiro-ministro e eu temos tido discussões acaloradas sobre o assunto, ele sabe quais são as exigências detalhadas do sionismo religioso e a bola está nas suas mãos", concluiu.
Embora tenha apenas 7 parlamentares no Knesset, o Parlamento de Israel, o partido de Smotrich é fundamental para a maioria governamental.
Votação sobre cessar-fogo é adiada
Em meio à pressão política da direita religiosa israelense, o governo de Israel adiou a votação de gabinete que chancelaria o acordo de cessar-fogo com o Hamas para a Faixa de Gaza, alcançado na quarta-feira, 15.
Em comunicado, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alegou que o grupo terrorista teria desistido de alguns pontos acordados e criado uma “crise” de última hora sobre a libertação dos reféns.
“O Hamas está renegando os entendimentos e criando uma crise de última hora que está impedindo um acordo”, disse o governo israelense.
“O gabinete israelense não se reunirá até que os mediadores notifiquem Israel de que o Hamas aceitou todos os elementos do acordo”, acrescentou.
Durante a noite, o gabinete de Netanyahu afirmou que o impasse era relacionado à identidade dos prisioneiros palestinos que seriam libertados.
Contradizendo os termos acordados, o Hamas estaria “exigindo ditar a identidade desses assassinos”.
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