CCJ do Senado aprova proposta que desfigura Lei de Improbidade
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou na manhã desta quarta-feira, 29, relatório favorável ao projeto de lei que desfigura a Lei de Improbidade Administrativa. A proposta, que restringe a possibilidade de punição a agentes públicos que lesam a administração pública, segue para o plenário da casa. Um dos principais pontos do texto exclui a...
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou na manhã desta quarta-feira, 29, relatório favorável ao projeto de lei que desfigura a Lei de Improbidade Administrativa. A proposta, que restringe a possibilidade de punição a agentes públicos que lesam a administração pública, segue para o plenário da casa.
Um dos principais pontos do texto exclui a possibilidade de condenação pelos chamados atos culposos. A penalidade passa a se aplicar apenas a agentes que praticam delitos com intenção ou má fé. Pelas regras atuais, nos casos em que há prejuízo aos cofres públicos, mesmo que o responsável não tenha agido com dolo, ou seja, com intenção, ele fica sujeito às sanções da Lei de Improbidade.
A proposta original foi elaborada a partir do debate de uma comissão de juristas criada na gestão de Rodrigo Maia na Câmara. O grupo foi comandado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça Mauro Campbell Marques e teve ainda em sua composição o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, aliado de primeira hora do ministro Gilmar Mendes. O texto final que passou pela Câmara e chegou ao Senado, entretanto, foi um substitutivo elaborado pelo deputado petista Carlos Zarattini.
Na reta final das discussões na CCJ, o relator da matéria, senador Weverton Rocha, aceitou acatar mudanças no texto e pressionou pela votação no plenário ainda nesta quarta-feira. Entre as concessões, o parlamentar ampliou de seis meses para um ano o prazo que o MP terá para concluir investigações.
Weverton também excluiu a necessidade de comprovação de dolo especificamente com relação a atos de improbidade decorrentes do descumprimento da Lei de Acesso à Informação. O senador também aceitou deixar clara no texto a possibilidade de punição em casos de nepotismo. Outra concessão importante foi a retirada do dispositivo que previa a possibilidade de a lei retroagir – isso abriria brecha para a anulação de condenações prévias.
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Comentários (3)
Paulo
2021-09-30 10:04:21Como é que um país_qualquer país, pode dar certo com a Lei sendo permissiva com a classe política, ou com qualquer outra? É o cúmulo do absurdo tornado rotina. Não há mais limite para a sem-vergonhice do congresso nacional, que não representa mais o povo deste país infeliz. Só uma (re)ação popular violenta para expurgar essas malditas casas podres (inclua-se aí o executivo e o stf). Valerá a pena o tempo convulsivo perdido para "resetar" este país e recomeçar do zero. NÃO HÁ SOLUÇÕES PACÍFICAS.
MARCOS
2021-09-29 18:23:34O que se poderia esperar do Ali Baba e os 40 ladrões?
ADRIANA
2021-09-29 13:01:11Esses são os mesmos senadores que querem ser respeitados,pelo simples fato de serem senadores. Como se senadores respeitassem os brasileiros. Essa é a maior prova de desrespeito com o cidadão.