Protestos na França afetam de maneira diferente Macron e Le Pen
A convulsão social em Paris, decorrente da morte do jovem Nahel, de 17 anos, baleado por um policial na terça, 27 de junho, deve prejudicar Emmanuel Macron, apesar da postura conciliadora, e favorecer aqueles que tenderam para o lado da polícia, como a direitista Marine Le Pen. Em sua primeira declaração sobre o caso, o...
A convulsão social em Paris, decorrente da morte do jovem Nahel, de 17 anos, baleado por um policial na terça, 27 de junho, deve prejudicar Emmanuel Macron, apesar da postura conciliadora, e favorecer aqueles que tenderam para o lado da polícia, como a direitista Marine Le Pen.
Em sua primeira declaração sobre o caso, o presidente condenou a violência policial . "É inexplicável, inaceitável. É preciso calma para que a justiça se faça. Nada justifica a morte de um jovem", disse Macron.
Ele tem resistido a decretar estado de emergência, o que limitaria o direito de ir-e-vir, apesar de a medida contar com o apoio de 69% dos franceses, segundo levantamento do Ifop para o jornal Le Figaro.
Em contrapartida, ele proibiu a realização de protestos na noite desta sexta, 30, e acionou 45.000 policiais para garantir a segurança na capital e em outras grandes cidades, também palco de manifestações e vandalismo.
Com a tentativa de apaziguar os ânimos sem tomar partido, Macron ameniza o impacto inevitável sobre sua imagem — violência policial é um tema que, por motivos óbvios e justos, sempre recai na conta da situação.
De fato, segundo o Figaro, apenas 33% dos franceses estão "totalmente satisfeitos" com a sua postura no caso. Mas, ele é o terceiro político melhor avaliado.
Macron estava em ascensão desde maio. Segundo pesquisa BVA para a rádio RTL, o presidente ganhara naquele mês seis pontos percentuais de aprovação, chegando a 32%.
A popularidade ainda baixa ascende após exacerbada série de agendas oficiais para superar a crise para a aprovação da reforma da previdência no início do ano.
No levantamento do Figaro sobre a popularidade dos políticos no caso Nahel, Macron está apenas atrás de Le Pen e do ministro do Interior, Gérald Darmanin.
Le Pen tem 39% de apoio no caso Nahel e Darmanin, 34%.
Ambos são historicamente associados à pauta de segurança pública e adotaram postura de defesa da polícia, que conta com a confiança ou simpatia de quase 60% dos franceses.
Darmanin afirmou na quinta, 29, que "saudava" as forças de segurança e bombeiros por terem sido "valorosas e corajosas" em meio às manifestações.
Já Le Pen reclamou das críticas de Macron, que seriam "excessivas" e "irresponsáveis" à polícia e afirmou que era a favor da "presunção de legítima defesa por parte dos policiais".
Do outro lado do espectro, o esquerdista Jean Luc Mélenchon, que adotou a postura mais dura com a polícia, é um dos piores avaliados. Apenas 20% estão satisfeitos com a sua postura no caso.
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