Casa Civil: dos poderosos Pedro Parente, Dirceu e Dilma a Onyx, hoje um ministro decorativo
Esvaziada de suas funções pelo presidente Jair Bolsonaro, a Casa Civil da Presidência da República ostentava uma tradição de poder e influência no governo. Depois de retirar a articulação política e o comando do programa de privatizações da pasta, Bolsonaro transformou em prescindível a estrutura comandada por Onyx Lorenzoni, do DEM. A retrospectiva histórica da...
Esvaziada de suas funções pelo presidente Jair Bolsonaro, a Casa Civil da Presidência da República ostentava uma tradição de poder e influência no governo. Depois de retirar a articulação política e o comando do programa de privatizações da pasta, Bolsonaro transformou em prescindível a estrutura comandada por Onyx Lorenzoni, do DEM.
A retrospectiva histórica da Casa Civil não combina com o minguado poder delegado a Onyx -- hoje um ministro decorativo. No governo Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, Pedro Parente era o homem forte da gestão tucana. Tinha a perícia de negociar com Antônio Carlos Magalhaes, à época a figura mais influente na política, ao mesmo tempo que, em situações de crise, conduzia as negociações com o Congresso.
Nos governos petistas, a Casa Civil foi o epicentro do poder. Lula nomeou José Dirceu, que tinha ingerência sobre praticamente todas as áreas da Esplanada, e negociava de perto cargos e liberações de emendas – como a história mostrou, com práticas pouco republicanas. Destronado pelo mensalão, foi sucedido por Dilma Rousseff, catapultada do cargo para a cadeira de presidente da República.
Michel Temer também conferiu poderio e autoridade a seu grande aliado de primeira hora: nomeou para a chefia da Casa Civil Eliseu Padilha, conhecido como o “rei das planilhas”, pela capacidade de controlar e projetar os votos e comportamentos dos parlamentares, antecipando traições, derrotas e vitórias do governo.
Onyx Lorenzoni acabou alçado ao comando da Casa Civil pela fidelidade quase canina a Bolsonaro durante a campanha e por ter liderado o processo de transição. Diante de derrapadas em negociações políticas, virou alvo da ira dos parlamentares. Começava aí o processo de desnutrição da pasta. Pressionado, Bolsonaro tirou a articulação política da Casa Civil e repassou a responsabilidade ao secretário de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
Sobrava para Onyx o comando do promissor programa de privatizações. Mas o processo de desestatização, bandeira de Bolsonaro, empacou no primeiro ano de governo. Agora, o setor será transferido ao Ministério da Economia. A outrora poderosa Casa Civil vai virar um amontoado de cargos com altos salários e poucas funções.
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Comentários (10)
Eduardo
2020-01-30 22:19:56Helena Mader, não precisa ir longe não, Voce tem um bom exemplo a ser seguido aí bem pertinho de você: Ana Paula Henkel.
Alexandre
2020-01-30 19:48:40Esqueceram de mencionar que todos os outros Chefes da Casa Civil haviam se envolvido em roubalheiras, o que não ocorreu até agora neste governo.
Sergio
2020-01-30 16:46:31Poderosos na corrupção vc quer dizer?
Sonia
2020-01-30 16:20:12BOLSO AMA OUVIR CONSELHOS DE CORRUPTOS E ANENCÉFALOS E QUANDO ABRE A BOCA É UM DESASTRE ,COLOCOU O FILHO COM PROCESSO NO COMANDO DO PARTIDO ,ESCONDEU QUEIROZ E APOIA TOFFOLI 🤮
Paulo (o Outro)
2020-01-30 16:19:07A Casa Civil não foi esvaziada. Ela está sendo apequenada,para fazer jus à nsignificância do seu atual e transitório ministro. A escolha dele, por outro lado, está à altura da mediocridade do Bolsonaro, nos 28 anos em que passou pelo Congresso. Nulidade atrai nulidade. Farinha do mesmo saco. Etc.
Massaaki
2020-01-30 14:52:59Ele deveria colocar alguém político e bom gestor, com bom trânsito em todas as áreas, principalmente no Congresso, mas também junto à área econômica. Tem de ser alguém com boa capacidade de gestão. Guedes deve ter alguém.
LUIS
2020-01-30 14:42:47A Casa Civil existe no Brasil desde Getúlio Vargas e foi ocupada desde então por políticos de maior ou menor expressão (alguém se lembra de Henrique Hargreaves na gestão Itamar Franco?? De Erenice Guerra na era Lula??) e tem por função básica auxiliar a Presidência da República nos trabalhos diários (um bucha). Quando a Dilma criou a Secretaria de Governo, muitas das suas atribuições vieram da Casa Civil. Vejam que o esvaziamento veio beeeem lá de trás. Sobre a sua real necessidade, há discussão
Clenio
2020-01-30 14:20:51Só esqueceram de comentar e comparar o que ocorreu com o Brasil quando esses corruptos mandavam.
Francisco
2020-01-30 14:07:14Ora,porque nao acabar de uma vez com essa função ? Ah!! sim! No toma lá ,dá cá, essa e' a fatia do DEM. Tudo igual nessa terra de ninguém !
Benicio
2020-01-30 13:40:23A casa civil foi ocupada nos governos do anteriores por membros da maior ORCRIM do mundo lideradas pelo nove dedos, onde esquemas de corrupção foram desenhados e articulados entre políticos e empresários de norte a sul do país, saquearam a Petrobrás e todas as estatais, impuseram ao povo a política do desemprego e do atraso objetivando somente seus interesses pessoais e ideologias bolivarianas.