Foto: Adriano Machado/Crusoé

Carta de gestor confirma saída de Guedes da direção de offshore em 2018

08.10.21 16:10

Uma carta da Trident Trust, agente financeira responsável pela gestão da empresa mantida por Paulo Guedes nas Ilhas Virgens Britânicas, indica que o ministro da Economia deixou o posto de diretor da offshore em 21 de dezembro de 2018. As informações são de O Antagonista.

Na última terça-feira, 5, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, advogados de Guedes, haviam afirmado, em nota, que ele saiu do comando da empresa antes de assumir o cargo público e, desde então, não participou ou interferiu nas decisões de investimento da companhia.

Mais cedo, em evento do Itaú BBA, Guedes rompeu o silêncio sobre o caso, revelado no domingo pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). O ministro negou ter realizado transações entre fronteiras e disse que todas as suas operações são declaradas à Receita Federal.

“Sobre ‘offshore’, elas são legais. Ela foi declarada, não houve movimento cruzando as fronteiras, trazendo dinheiro do exterior ou mandando dinheiro ao exterior. Desde que eu coloquei dinheiro lá, em 2014/2015, eu declarei legalmente. Qualquer dinheiro que está lá, é gerenciado de forma independente. Minha ação não tem influência nenhuma. Eu sai da companhia dias antes de vir para o cargo de ministro.”

A offshore tem como sócias a mulher do ministro, Maria Cristina Bolivar Drumond Guedes, e a filha, Paula Drumond Guedes. A empresa tem patrimônio de US$ 9,55 milhões.

Manter valores no exterior não é algo ilegal, desde que isso seja declarado à Receita Federal. Uma possibilidade, porém, é a de que Guedes tenha violado o 5º Código de Conduta da Alta Administração Federal, de 2000. Segundo o texto, funcionários públicos de alto escalão não podem manter aplicações financeiras no exterior ou no Brasil que possam ser afetadas por políticas financeiras.

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