Câmara sacramenta derrota de Bolsonaro e enterra PEC do voto impresso
O plenário da Câmara impôs uma derrota ao presidente Jair Bolsonaro ao rejeitar na noite desta terça-feira, 10, a proposta de emenda à Constituição que prevê a implementação do voto impresso nas eleições. O projeto recebeu o apoio de somente 229 deputados -- eram necessários, no mínimo, 308 votos. O debate ocorreu horas após o presidente...
O plenário da Câmara impôs uma derrota ao presidente Jair Bolsonaro ao rejeitar na noite desta terça-feira, 10, a proposta de emenda à Constituição que prevê a implementação do voto impresso nas eleições.
O projeto recebeu o apoio de somente 229 deputados -- eram necessários, no mínimo, 308 votos. O debate ocorreu horas após o presidente da República participar de um desfile de veículos blindados das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios, em um ato visto por parlamentares como uma tentativa de intimidação do Congresso.
Os congressistas avaliaram a versão original da PEC, de autoria da deputada Bia Kicis, aliada de primeira hora do Planalto. O texto determinava a impressão de cédulas físicas conferíveis pelo eleitor independentemente do meio empregado para o registro dos votos em eleições, plebiscitos e referendos.
Único deputado a pedir a auditoria das urnas desde a adoção do meio eletrônico, Carlos Sampaio, do PSDB, que agiu em favor de Aécio Neves, afirmou que, após anos da devassa, nenhuma fraude foi constatada. O tucano atestou a confiabilidade do sistema.
“Esses são os fatos como eles são. Quando disse que o TSE tinha, em 2015, urnas não auditáveis, foi com base em perícias e conhecimento técnico. E hoje venho aqui dizer que esse voto é auditável, ele é aferível porque tenho a resolução de 2019 a respaldar o que eu digo", disse.
A proposição foi levada ao plenário pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, depois de uma comissão especial rechaçar o substitutivo proposto pelo deputado bolsonarista Filipe Barros, que previa a adoção de urnas que permitissem a impressão do registro de voto e determinava que a contagem dos sufrágios ocorresse “exclusivamente de forma manual”, abolindo, portanto, a apuração eletrônica.
Nas redes sociais, deputados da oposição ao governo federal acusaram Lira de passar horas trancado em seu gabinete negociando votos para a PEC a fim de que a derrota de Bolsonaro não fosse tão acachapante.
O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, do PL, declarou que o debate serviu somente para justificar "ataques a democracia" e "aos Poderes", questionar o sistema eleitoral e colocar em xeque as próximas eleições. "Votei não com absoluta convicção. Agora vamos virar essa página e cuidar de vacina, emprego e comida."
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Comentários (10)
Carlos
2021-08-11 16:05:26"Impôs uma derrota ao presidente Jair Bolsonaro"? Que completa ignorância Ana... A rejeição foi do avanço tecnológico recomendado pelos maiores especialistas em processamento eletrônico de votos daqui e dos países usuários de sistemas eletrônicos de votação auditáveis de última geração.
Natercia
2021-08-11 14:47:13Infelizmente não foi enterrada, Bolsonaro já está questionando que alguns deputados sofreram pressão para votar contra a PEC, enquanto isso a boiada continua passando…
WALTER
2021-08-11 09:48:46ACABOU!! ACABOOOU!! ACABBBOOOUU!
Olívia
2021-08-11 09:27:02Pec esmagada pelos tanques. Em 2022 as urnas esmagarão o genocida.
Maria
2021-08-11 09:03:56Teremos o ex- presidiário e Zé Dirceu de volta para alegria dos corruptos que estão com saudades dos bolsos cheios. Alguém tem que ajudar Cuba, não é mesmo? Tem que ser nosso dinheiro público.
Maria
2021-08-11 09:02:04Na verdade o que Carlos Sampaio não disse é que na auditoria feita foi constatado que não se podia aferir NADA , nem fraude nem que não houve fraude. Eu hein , um hacker entra no sistema e fica meses , rouba senhas dê funcionários do TSE e vcs ainda acham q inviolável???? Brizola deve estar se revirando no túmulo vendo o que seu partido fez.
José
2021-08-11 08:25:26Graças a Deus que ao passou!! Foi o que eu esperava!! Aliás, não poderia ser diferente!!
Edvaldo
2021-08-11 07:15:14Acabou Braga Neto, bota os fumacês na rua. Nomeia o Lira interventor em Alagoas, Carluxo no Rio, Bananinha em SP, Pacheco em Minas e, o sociopata na casa da mãe Joana.
Fabio
2021-08-11 05:32:21E agora, Bozo? Não vai ter eleição então?
Delmar
2021-08-11 00:42:21Interessante a perspectiva de que perde Bolsonaro. Entendo que perde o Brasil. Mais uma vez.