Brasil apanha quieto de Maduro e ainda pede desculpas
Nota divulgada pelo Itamaraty diz que o país "sempre teve muito apreço ao princípio da não intervenção e respeita plenamente a soberania" da Venezuela
A nota divulgada pelo Itamaraty nesta sexta, 1º de novembro, após sucessivos ataques da ditadura de Nicolás Maduro contra o presidente Lula e o assessor especial Celso Amorim é de uma covardia espantosa.
Maduro tripudiou o quanto pôde do Brasil.
Celso Amorim foi mensageiro do imperialismo americano e agente da CIA.
A imagem de Lula, com o rosto apagado e a bandeira do Brasil ao fundo, apareceu em uma publicação da Polícia Nacional Bolivariana, com a frase: "Quem mexe com a Venezuela se dá mal".
E tudo o que o Brasil conseguiu esboçar de reação foi uma nota dizendo que o país constatou "com surpresa o tom ofensivo" adotado pela ditadura.
É humilhante.
Em seguida, o Itamaraty diz que, na verdade, nunca quis se meter nos assuntos da Venezuela.
É praticamente um pedido de desculpas.
E isso depois de Maduro ter cometido uma fraude eleitoral e ter prendido 1.800 pessoas que criticaram o resultado, sem qualquer condenação do Brasil.
"O Brasil sempre teve muito apreço ao princípio da não intervenção e respeita plenamente a soberania de cada país e em especial a de seus vizinhos", diz a nota.
O Brasil só se pronunciou timidamente sobre as eleições porque estava obrigado a fazer isso, segundo faz crer a nota: "O interesse do governo brasileiro sobre o processo eleitoral venezuelano decorre, entre outros fatores, da condição de testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, assim como para o acompanhamento do pleito de 28 de julho".
Se não fosse pelo Acordo de Barbados, então, o Brasil teria ficado quietinho na sua, sem incomodar o ditador.
E, para concluir esse triste capítulo da diplomacia petista, a nota do Itamaraty ainda convida o ditador para um "diálogo franco".
"O governo brasileiro segue convicto de que parcerias devem ser baseadas no diálogo franco, no respeito às diferenças e no entendimento mútuo", diz o texto.
Apesar de Maduro ter convocado o encarregado de negócios brasileiro em Caracas para consultas e ter chamado de volta o embaixador venezuelano, não houve nenhuma reciprocidade do Brasil, o que seria o esperado segundo o protocolo diplomático.
Tchutchuca com Maduro, o Brasil fala grosso com Israel. Em fevereiro, o governo chamou de volta o embaixador brasileiro Frederico Meyer, que estava em Tel Aviv, depois que Israel declarou Lula como persona non grata.
No caso da Venezuela, o Brasil apanhou quieto e ainda pediu desculpas.
Após ler essa nota, Maduro terá total convicção de que não há qualquer motivo para respeitar o Brasil.
O ditador pode continuar batendo no governo brasileiro à vontade, porque sabe que Lula e Amorim serão incapazes de qualquer reação.
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