Brasil ainda não foi convidado para a posse de Maduro
Fontes ligadas ao governo garantem que ainda não houve formalização do convite, mas que o Brasil deve ser representado por embaixadora
O Brasil ainda não foi convidado formalmente para a posse do ditador Nicolás Maduro, em Caracas, em 10 de janeiro.
A informação foi confirmada por fontes do governo.
Caso haja o convite, a embaixadora na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira, representará o Brasil no evento.
Desde fevereiro, Glivânia chefia o posto brasileiro em Caracas.
"O Brasil é parceiro da Venezuela", disse a embaixadora durante um evento.
Não há a previsão da ida do presidente Lula (PT) ou de nenhum integrante do governo de Brasília, incluindo o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Até o momento, o regime de Maduro não informou aos órgãos brasileiros se haverá a presença de representantes estrangeiros na posse.
Relações diplomáticas
Ao assumir o governo, em janeiro de 2023, Lula reatou as relações diplomáticas com a ditadura venezuelana.
Em maio daquele ano, Lula recebeu o ditador em Brasília.
Após a fraude eleitoral de 28 de julho de 2024, o petista não condenou as violações de direitos humanos e a fraude do regime.
Para o petista, o governo de Maduro é apenas "mais um rolo".
O brasileiro também nunca disse que há uma ditadura na Venezuela.
O assessor especial de Lula, Celso Amorim, chegou até a sugerir um "segundo turno das eleições" como forma de atenuar a fraude.
Na prática, seria só mais uma maneira de justificar a permanência do ditador no cargo.
Enquanto isso, os governos da Argentina e do Uruguai, vizinhos do Brasil, receberão o líder oposicionista e presidente eleito Edmundo González Urrutia.
28 de julho
A pressão internacional sobre o regime ganhou força após os Estados Unidos e outros países europeus reconhecerem González como o presidente eleito.
Ele está exilado na Espanha desde setembro com os filhos.
Em novembro, a Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) encerrou o caso que contestava a fraude eleitoral do ditador.
Dois ex-candidatos presidenciais, Enrique Márquez e Antonio Ecarri, enviaram pedidos para que a Corte conferisse os números e abrisse os dados mesa por mesa.
A Sala Constitucional do TSJ, contudo, não divulgou os argumentos usados para validar o resultado oficial das eleições.
Prisões
Segundo a ONG Povea, 24 pessoas foram mortas e 200 ficaram feridas nos protestos contra as ilegalidades na eleição.
Desde o dia 28 de julho, estima-se que as forças de Maduro prenderam 2.400 pessoas.
Leia mais em Crusoé: "Os presos da Venezuela e a ditadura brasileira"
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Comentários (1)
Clayton De Souza pontes
2025-01-03 15:13:43O Lula deve algo ao Maduro, provavelmente ligado aos crimes desvendados pela Lava Jato. Daí esse comportamento submisso a essa farsa rocambolesca comandada pelo Maduro. Vergonha de política externa