Brasil ainda deve 1 bilhão de reais à ONU por Missões de Paz
O governo brasileiro ainda deve 204 milhões de dólares (1 bilhão de reais, na cotação atual) pelo seu papel nas Missões de Paz, organizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU). O valor é a maior dívida que o país tem com organismos internacionais— que chega a 2,5 bilhões de reais, apontam dados obtidos pela agência...
O governo brasileiro ainda deve 204 milhões de dólares (1 bilhão de reais, na cotação atual) pelo seu papel nas Missões de Paz, organizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU). O valor é a maior dívida que o país tem com organismos internacionais— que chega a 2,5 bilhões de reais, apontam dados obtidos pela agência Fiquem Sabendo e abertos via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Os dados apontam que o país deve em 98 questões diferentes, do valor bilionário da Missão de Paz até 2.023 francos suíços (ou 11.053 reais) não pagos para a União Internacional das Telecomunicações (UIT). O Tribunal Penal Internacional (TPI) espera que o país salde uma dívida de 6,25 milhões de euros (32,9 milhões de reais).
Os dados do "Serasa Internacional", revelados pelo Ministério do Planejamento a Fiquem Sabendo, mostram que o governo tem credores em dólares, reais, euros, libras esterlinas, dólares australianos e francos suíços (pelo fato de que a maior parte das organizações internacionais se situam no país). Da Organização Internacional do Trabalho (OIT) ao acordo de albatrozes e petréis, emitidos em moeda australiana, o Brasil tem títulos a saldar. Normalmente, o não pagamento da dívida poderia tirar o direito do Brasil a voto nestes organismos internacionais.
O maior débito reflete, principalmente, a ação do país no Haiti, quando comandou a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), entre 2004 e 2017. Apesar de responder por 40% da dívida externa do país, não se sabe ao certo quando da conta se dá por essa operação e não por outras que o Brasil participa, como sua passagem pela Minusca, na República Centro-Africana.
As dívidas são acumuladas desde ao menos 2014, durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff. Desde o início do ano, o Ministério do Planejamento tem atuado no pagamento de ao menos parte da dívida — que chegou a 5 bilhões de reais no fim do governo Jair Bolsonaro. A expectativa é que o governo salde toda a dívida até o início do ano.
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