Bolsonaro leva a política para o banco dos réus
Ex-presidente procurou mostrar que ainda tem apoio político no Brasil e fez acenos para sua base de eleitores

Ao se defender nesta terça, 10, no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro buscou transmitir a ideia de que ainda conta com muitos apoiadores no Brasil.
A estratégia tem ao menos dois objetivos. De um lado, Bolsonaro busca pressionar indiretamente os ministros do STF que irão participar do seu julgamento, mais adiante.
De outro, isso ajuda Bolsonaro a manter sua base de eleitores mobilizada, o que por sua vez também influencia as decisões dos ministros.
Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, participação em organização criminosa, destruição do patrimônio público e de patrimônio tombado.
Mas, talvez por achar que não terá chances com argumentos jurídicos em uma corte que bolsonaristas acreditam ser "de cartas marcadas", Jair Bolsonaro levou a política ao banco dos réus.
Manifestações públicas
A atuação política do ex-presidente na Primeira Turma do STF nesta terça seguiu o mesmo roteiro das manifestações públicas convocadas em Copacabana, em março, e na Avenida Paulista, em abril.
Bolsonaro quer mostrar que não é carta fora do baralho e ainda pode movimentar as cartas da política.
"Se eu quiser tumultuar o Brasil, é só virar as costas", disse ele, falando sobre a paralisação dos caminhoneiros. "Tinha mais de mil pontos de paralisação, e eu não me omiti. Eu fiz um vídeo e tivemos sucesso."
"Eu sempre defendi qualquer manifestçaão pacífica, seguindo a norma, a regulamentação, avisando as autoridades. (...) Por isso temos uma aceitação grande, acredito eu, em especial as viagens que eu faço pelo Nordeste... Pretendo na quinta, sexta e sábado visitar o Rio Grande do Norte, visitando uns oito municípios, se o sr. me permitir eu poso mandar as imagens para ver como é que o povo trata a gente na rua”, disse Bolsonaro.
Alexandre de Moraes respondeu: “Eu declino”.
Em um momento de descontração, Bolsonaro convidou Moraes para ser seu vice-presidente na chapa em 2026.
Bolsonaro, contudo, está inelegível.
O convite para Moraes, assim, foi só mais uma maneira de o ex-presidente dizer que ainda faz parte do jogo.
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Comentários (1)
Andre Luis Dos Santos
2025-06-10 21:38:34Pior é que tem otario que ainda defende e votaria nesse merda. Um desqualificado completo.