BC eleva Selic para 10,75% ao ano; juros superam dois dígitos pela primeira vez após quatro anos
O Comitê de Política Monetária decidiu nesta quarta-feira, 2, elevar a Selic de 9,25% para 10,75% ao ano. Essa é a primeira vez que a taxa básica de juros supera os dois dígitos desde julho de 2017, quando chegou a 10,25% ao ano. Em comunicado expedido no final da tarde, o colegiado explicou que o ambiente está...
O Comitê de Política Monetária decidiu nesta quarta-feira, 2, elevar a Selic de 9,25% para 10,75% ao ano. Essa é a primeira vez que a taxa básica de juros supera os dois dígitos desde julho de 2017, quando chegou a 10,25% ao ano.
Em comunicado expedido no final da tarde, o colegiado explicou que o ambiente está pouco favorável no exterior e observou que a persistência inflacionária "aumenta o risco de um aperto monetário mais célere" nos Estados Unidos, o que resulta diretamente em condições financeiras "mais desafiadoras para economias emergentes".
Além disso, o Comitê frisou que a nova onda da Covid-19, provocada pela variante Ômicron, "adiciona incerteza quanto ao ritmo da atividade, ao mesmo tempo que pode postergar a normalização das cadeias globais de produção" e acrescentou que, no Brasil, "a inflação ao consumidor seguiu surpreendendo negativamente".
A decisão não surpreendeu o mercado, porque o Banco Central já havia sinalizado a alta na reunião passada e os juros vêm na mesma trajetória desde o início do ano passado, quando a Selic estava no menor nível da história, em 2% ao ano.
O Copom antecipou que continuará subindo os juros, mas com a redução do ritmo, em percentuais menores. "Essa sinalização reflete o estágio do ciclo de aperto, cujos efeitos cumulativos se manifestarão ao longo do horizonte relevante", pontuou.
"O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária", completou.
A taxa Selic é um instrumento de controle usado pelo BC. Funciona da seguinte forma: se a inflação está alta ou há indicação de que ficará acima da meta, o Copom eleva a Selic. Assim, sobem os juros cobrados pelos bancos, com o encarecimento do crédito e o freio no consumo. Há redução do dinheiro em circulação e, logo, a inflação tende a cair. Contudo, quando as estimativas para a inflação estão alinhadas à meta, é possível reduzir os juros, estimulando a produção e o consumo.
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Comentários (4)
Emil Baracat Gazen
2022-02-03 08:05:11A inflação não é de consumo, mas de escassez de oferta. Só a produtividade nos salvará e ela virá com a redução de impostos.
Ferreira
2022-02-02 21:34:36É impressionante essa “calibragem: 10,75% a.a.”! Puxa! Que gênio genial e insuspeito é esse posto!
Nilson
2022-02-02 21:09:40O posto ipiranga faliu nossa economia, explodiu a inflação e os juros. Zero de reformas, um dos piores ministros da economia de todos os tempos. O discurso é de liberal, na prática nada faz, é só blá...blá...blá....
Jose
2022-02-02 20:36:22E de pensar que teve gente que votou no genocida pensando que ele iria melhorar a economia brasileira, kkkkkkkkkkkk. Moeda fraca, investidores fugindo e juros nas alturas. Parabéns bozistas!