Associação Médica Brasileira aponta ‘uso político’ de críticas contra a cloroquina
Após a Sociedade Brasileira de Infectologia orientar profissionais a abandonarem o uso da cloroquina em qualquer fase do tratamento da Covid-19, a Associação Médica Brasileira acusou profissionais da área de fazerem “uso político” das críticas ao medicamento. A AMB, cujo presidente, Lincoln Ferreira, já foi cotado para ocupar o Ministério da Saúde, defende a autonomia...
Após a Sociedade Brasileira de Infectologia orientar profissionais a abandonarem o uso da cloroquina em qualquer fase do tratamento da Covid-19, a Associação Médica Brasileira acusou profissionais da área de fazerem “uso político” das críticas ao medicamento. A AMB, cujo presidente, Lincoln Ferreira, já foi cotado para ocupar o Ministério da Saúde, defende a autonomia do médico na prescrição da substância e diz que alguns profissionais “parecem torcer pelo coronavírus”.
“Muitos sairão da pandemia apequenados, principalmente médicos e entidades médicas que escolherem manipular a ciência para usá-la como arma no campo político-partidário”, diz a nota da Associação Médica Brasileira, divulgada nesta segunda-feira, 20. A entidade critica estudos que apontaram a falta de eficácia e riscos no uso da cloroquina no tratamento da Covid. “Há várias fragilidades que impedem que sejam considerados conclusivos”, argumenta a AMB.
“Não podemos permitir que ideologias e vaidades, de forma intempestiva, alimentadas pelos holofotes, nos façam regredir em práticas já tão respeitadas. Não se pode clamar por ciência e adotar posicionamentos embasados em ideologia ou partidarismo, ignorando práticas consolidadas na medicina. Isso é um crime contra a medicina, contra os pacientes e, sobretudo, contra a própria ciência”, afirma a diretoria da Associação Médica Brasileira.
O documento da AMB com críticas à atuação de profissionais da área médica não cita expressamente qualquer entidade. Mas os ataques parecem ter destinatário: na sexta-feira, 17, a Sociedade Brasileira de Infectologia divulgou um novo informe sobre o uso da cloroquina. A nota cita estudos internacionais que demonstraram riscos de efeitos adversos, além da falta de benefícios virológicos e clínicos no uso da substância.
“Com essas evidências científicas, a Sociedade Brasileira de Infectologia acompanha a orientação que está sendo dada por todas sociedades médicas científicas dos países desenvolvidos e pela Organização Mundial de Saúde de que a hidroxicloroquina deve ser abandonada em qualquer fase do tratamento da Covid-19”, diz o informe da entidade médica.
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