As costuras de Mandetta na política sul mato-grossense
Antes mesmo de deixar o cargo, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (foto) articulou com o comando nacional do DEM tomar as rédeas da sigla em Campo Grande. A movimentação, a poucos meses da eleição municipal, foi minuciosamente arquitetada. Além de ajudar na reeleição do prefeito Marquinhos Trad, seu primo, Mandetta enfraqueceu potenciais rivais...
Antes mesmo de deixar o cargo, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (foto) articulou com o comando nacional do DEM tomar as rédeas da sigla em Campo Grande. A movimentação, a poucos meses da eleição municipal, foi minuciosamente arquitetada. Além de ajudar na reeleição do prefeito Marquinhos Trad, seu primo, Mandetta enfraqueceu potenciais rivais em uma eventual disputa ao governo do Mato Grosso do Sul em 2022.
O atual governador Reinaldo Azambuja, do PSDB, chegou ao poder com apoio do DEM e do próprio Mandetta. Em 2022, vai concluir seu oitavo ano à frente do Parque dos Poderes, como é conhecida a sede do governo sul mato-grossense. Ele trabalha para ser candidato ao Senado.
O vice-governador Murilo Zauith, do DEM, seria o sucessor natural do tucano na disputa pelo governo. Ele é o presidente estadual do partido, mas, com a intervenção no diretório de Campo Grande que deu força a Mandetta, Zauith perdeu musculatura.
A queda-de-braço entre Mandetta e Zauith não é nova. O vice-governador e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que é deputada federal pelo DEM do Mato Grosso do Sul, trabalharam recentemente pela filiação do deputado estadual Coronel David ao partido. O parlamentar bolsonarista foi eleito pelo PSL e conseguiu na Justiça aval para deixar a sigla sem risco de cassação.
O problema é que uma eventual chegada de David atrapalharia os planos de Mandetta de reeleger seu primo, já que o deputado estadual está bem posicionado nas pesquisas de intenção de voto para a prefeitura de Campo Grande. Por ora, David segue sem partido. Se a ida para o DEM não vingar, sua opção é comandar um diretório da Aliança pelo Brasil no estado.
“Deixei claro para eles que só iria para o DEM com o aval do presidente. Mas o prefeito e o ministro Mandetta me viram como ameaça, por conta do meu capital eleitoral, e trabalharam para me isolar. Esse episódio serviu para aflorar uma questão clara: o ministro quer se apresentar como técnico, mas se comporta como político. Ele já está pensando em voos mais altos, estimulado pelo comando do DEM”, afirmou David.
A última edição semanal de Crusoé traz uma reportagem sobre como o partido de Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e Mandetta se movimenta para ampliar seu poder na cena política nacional (leia aqui).
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