Arce convoca grupos de choque para 'defender' Bolívia, em quarto dia de paralisação
O presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora (foto), convocou os grupos de choque que apoiam seu governo a "defender nosso processo". Nesta quinta, 11, o país enfrenta o quarto dia de paralisação nacional. “Aqui temos que nos organizar. Não vamos permitir que passe de novo o que ocorreu em 2019. E não é só aqui,...
O presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora (foto), convocou os grupos de choque que apoiam seu governo a "defender nosso processo". Nesta quinta, 11, o país enfrenta o quarto dia de paralisação nacional.
“Aqui temos que nos organizar. Não vamos permitir que passe de novo o que ocorreu em 2019. E não é só aqui, em La Paz, é nos nove departamentos. É preciso que a gente se defenda. Vamos defender nosso processo. E eles, os que não ganharam nas urnas, querem nos arrancar do poder com suas mobilizações, pagando para as pessoas participarem”, disse Catacora, em um discurso em La Paz. "É preciso refletir, ver o que está passando, porque vamos precisar de vocês, irmãos e irmãs."
Desde o início da semana, diversas organizações civis realizam uma greve contra a Lei Estratégia de Luta Contra a Legitimação de Lucros Ilícitos e Financiamento do Terrorismo, de número 1386. A lei, já aprovada no Congresso, permite que o governo investigue qualquer pessoa, sem ordem judicial, e obriga advogados e jornalistas a revelarem informações. "As pessoas estão incomodadas porque a lei permite uma investigação sem que seja aberto um processo formal. Nem sequer é preciso que a pessoa seja informada" diz Andrés Ortega, do partido Aliança Liberal, em Cochabamba. "Isso vai contra a propriedade privada e contra a presunção de inocência."
Com a paralisação em seu quarto dia, o governo decidiu acionar os grupos violentos que têm tradição em atemorizar a população. Entre eles estão indígenas, mineiros (na foto, com Arce) e sindicalistas. Em Santa Cruz de la Sierra, atendendo ao pedido de Arce Catacora, organizações de agricultores deram até 48 horas para a paralisação ser encerrada.
Incentivar enfrentamentos entre civis é tradição na Bolívia. Em 2019, grupos como os ponchos rojos foram empregados pelo Movimento ao Socialismo, o partido criado por Evo Morales, para atacar pessoas que protestavam contra as fraudes nas eleições e bater em médicos e enfermeiros que se manifestavam contra o governo.
O discurso do governo de Arce Catacora é o de que ocorreu um golpe de estado em 2019 e que é preciso punir os seus autores. Naquele ano, o então presidente Evo Morales fugiu do país e pediu asilo no México. Depois, viajou para a Argentina. Quem ocupou o vácuo de poder foi a senadora Jeanine Añez, que convocou as eleições — vencidas por Arce Catacora. Jeanine está presa, sem condenação, passa por problemas de saúde e já tentou o suicídio no cárcere.
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Comentários (6)
Juerg
2021-11-12 01:33:44Esse Arce deveria ler o livro: “Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano”
Nyco
2021-11-11 23:47:47Muito parecido com o que está acontecendo aqui in Banânia onde, primeiro a corvada prendem, para depois julgarem, isto é, se quiserem julgar, mas, .... o pior de tudo é que, os MUARES gostam e batem palminhas, quero dizer, cascos.
CELSO VEIGA DE OLIVEIRA
2021-11-11 19:09:56O partidinho aquele não vais dar apoio, isso é democrático e tal KKKKK
MARCOS
2021-11-11 18:24:30ditadura de merdha.
Marcello
2021-11-11 18:14:17Nossa América Latrina!
João
2021-11-11 17:46:29Ídolos do PT, !!!!!!!