Aprovação de Milei cai ao menor nível antes das eleições
Pesquisa AtlasIntel para a Bloomberg mostra queda na aprovação de Milei e avanço do rival Kirchnerista Axel Kicillof
A aprovação do presidente argentino Javier Milei caiu em outubro ao menor nível desde sua posse, refletindo o desânimo persistente com a economia e o avanço das preocupações com corrupção.
Segundo pesquisa da LatAm Pulse, realizada pela AtlasIntel para a Bloomberg, o índice de aprovação recuou pelo terceiro mês consecutivo, para 39,9%, enquanto a rejeição subiu a 55,7%.
O levantamento, feito online entre 15 e 19 de outubro com mais de 6,5 mil participantes, tem margem de erro de 1 ponto percentual.
A tendência ocorre em meio a um cenário político tenso, às vésperas das eleições legislativas de meio de mandato marcadas para esse domingo, 26 de outubro.
O desempenho eleitoral é acompanhado de perto pelos mercados após a derrota do partido de Milei em uma província considerada termômetro nacional.
O governo dos Estados Unidos tentou conter a desvalorização do peso, mas a moeda acumula queda superior a 7% no mês, a pior entre os mercados emergentes.
O humor econômico segue negativo. Mais de dois terços dos argentinos avaliam a situação atual como ruim e não esperam melhora nos próximos seis meses. Apenas 17% consideram a economia boa, e 34% projetam recuperação parcial no curto prazo.
Apesar do ajuste fiscal e da promessa de desregulamentar setores, o impacto social do arrocho e da inflação elevada desgasta a imagem presidencial.
O tema da corrupção também ganhou peso na agenda pública. O candidato governista José Luis Espert desistiu da disputa na província de Buenos Aires após revelações sobre antigas ligações com um traficante procurado pelos EUA.
A irmã do presidente, Karina Milei, foi acusada em agosto de receber suborno. Ambos negam irregularidades.
Enquanto isso, a popularidade de Milei e do governador peronista Axel Kicillof convergem.
A imagem positiva do presidente caiu de 50% para 42%, enquanto a de Kicillof subiu de 26% para 40%, segundo a mesma pesquisa, o que seria um sinal de que o confronto entre os dois pode definir o novo equilíbrio político argentino.
Às portas das eleições legislativas de domingo, essa avaliação negativa de Milei pode não ajudar o seu partido a crescer no congresso e alcançar o mínimo de cadeiras necessárias para facilitar a aprovação de sua agenda econômica.
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