William Ruto via XO presidente queniano William Ruto assina memorando onde deixa de assinar lei orçamentária, estopim de protestos

Após ter seu “8 de Janeiro”, manifestantes do Quênia conseguem o que queriam

27.06.24 13:03

O presidente do Quênia, William Ruto, anunciou que seu governo vai desistir de um projeto de lei orçamentária no Quênia, após uma série de protestos que culminou com a invasão ao Congresso do país em Nairóbi, na última terça-feira, 25.

O texto do orçamento deste ano previa um aumento de impostos que levou a população queniana — principalmente seus jovens — às ruas. Após dias de manifestações onde até Auma Obama, meia-irmã do presidente americano, foi alvo de gás de pimenta, o ápice chegou durante a invasão do Legislativo. Apesar de envolver questões diferentes, as cenas eram muito parecidas com o 8 de Janeiro de 2023 em Brasília, ou o 6 de Janeiro em Washington. Ao todo, 19 pessoas morreram no palácio, após violenta reação das forças policiais.

Em um primeiro momento, Ruto chamou a invasão ao parlamento de “grave ameaça à segurança nacional”. Em discurso à imprensa, o presidente foi duro e disse que “não é nem mesmo concebível que criminosos fingindo ser pacifistas possam impor o terror contra o povo, os representantes eleitos deles e as instituições estabelecidas sob nossa constituição, e saírem impunes.”

No dia seguinte, um novo pronunciamento deu um giro de 180 graus na sua posição. Ele primeiro disse que a inflação do país está controlada, a economia vai bem, e que “ouvindo intensamente o povo queniano, que disse em alto e bom som que eles não querem nada deste Orçamento, eu reconheço e portanto não assinarei o Orçamento de 2024, que deverá agora ser retirado de tramitação.”

𝗣𝗥𝗘𝗦𝗜𝗗𝗘𝗡𝗧𝗜𝗔𝗟 𝗠𝗘𝗠𝗢𝗥𝗔𝗡𝗗𝗨𝗠 𝗢𝗙 𝗥𝗘𝗙𝗘𝗥𝗥𝗔𝗟 pic.twitter.com/Ul728TiwLk

Nas próximas duas semanas o presidente deve sugerir um grupo de trabalho para traçar alternativas ao texto. A mudança abrupta de William Ruto serviu para atender a pressão de nações ocidentais e a população mais velha do país, que ficou chocada com as mortes de jovens manifestantes espalhadas instantaneamente mundo afora.

No entanto, os próximos dias serão cruciais para o desenlace do presidente, visto que as manifestações não prometem dar descanso. Desde o início dos protestos nacionais, o número de mortos já chega a 23.

Leia mais em Crusoé: O Quênia mostra a que veio

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