Após revés na Justiça, anexo de Palocci sobre propinas ao PT no caso Pão de Açúcar é arquivado
O anexo da delação premiada no qual o ex-ministro Antonio Palocci (foto) narra pagamentos de propina e caixa dois a ele, ao ex-presidente Lula e a campanhas do PT por empresários envolvidos na guerra pelo controle do Grupo Pão de Açúcar, entre 2011 e 2012, foi arquivado pela Lava Jato de São Paulo. A decisão,...
O anexo da delação premiada no qual o ex-ministro Antonio Palocci (foto) narra pagamentos de propina e caixa dois a ele, ao ex-presidente Lula e a campanhas do PT por empresários envolvidos na guerra pelo controle do Grupo Pão de Açúcar, entre 2011 e 2012, foi arquivado pela Lava Jato de São Paulo.
A decisão, tomada em setembro, pouco antes da demissão coletiva dos procuradores da força-tarefa, ocorreu após o juiz federal Silvio Luís Ferreira da Rocha, da 10ª Vara Criminal, negar todos os pedidos de busca e apreensão, quebra dos sigilos bancários dos suspeitos e de compartilhamento de provas com autoridades da França.
Em uma apuração preliminar, os investigadores da Polícia Federal e do Ministério Público Federal já haviam encontrado indícios importantes que confirmariam o relato de Palocci, como um encontro entre Lula, o empresário Jean-Charles Naouri, presidente do grupo francês Casino, e o banqueiro Joseph Safra.
Na delação, celebrada com a PF e homologada em 2018 pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, o ex-ministro petista conta que recebeu uma oferta de propina de 2 milhões de reais de um intermediário do empresário Abílio Diniz para conseguir a liberação de um empréstimo do BNDES que permitisse ao Pão de Açúcar comprar o Carrefour e impedir que o Casino assumisse o controle acionário da empresa criada pela família Diniz.
Palocci afirma que depois descobriu que o também ex-ministro José Dirceu estava atuando em defesa do Casino para "melar" o plano de Abílio Diniz. Segundo Palocci, Jean-Charles Naouri ofereceu 30 milhões de euros a Lula e ao PT para impedir o empréstimo do BNDES ao empresário brasileiro.
Com a interferência de Lula, segundo Palocci, o BNDES não emprestou dinheiro ao Pão de Açúcar. Em contrapartida, o Casino teria feito os repasses ilícitos ao ex-presidente e seus aliados por meio do Banco Safra. Segundo a delação, Safra repassou 2 milhões de reais para a campanha do ex-prefeito Fernando Haddad, em 2012, 10 milhões de reais para a campanha de Dilma, em 2014, e ainda fez repasses ao Instituto Lula.
Ao todo, a delação de Palocci resultou em 39 anexos, como mostrou Crusoé em outubro do ano passado, sendo que onze foram enviados para a Justiça Federal de São Paulo pelo ministro Edson Fachin. Com a negativa dos pedidos de quebra de sigilo pelo juiz da 10ª Vara Federal, no início do ano, o anexo do Pão de Açúcar foi arquivado.
Outros dois anexos da delação de Palocci já resultaram em operações da Lava Jato paulista, mas estão travados na Justiça ou na própria PF. Um deles está relacionado ao suposto pagamento de propina da Camargo Corrêa ao ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça César Asfor Rocha para anular a Operação Castelo de Areia em 2010.
Outro anexo trata de suposta propina paga pelo banco BTG para ter acesso privilegiado a informações da taxa selic definida pelo Comitê de Política Monetária, o Copom, do Banco Central, no governo Dilma Rousseff. Todos os acusados por Palocci negam as acusações feitas pelo ex-ministro.
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Comentários (4)
DOUGLAS
2020-11-27 17:22:49Com o seu PGR PITBULL o PRESIDENTE TRAIDOR DA PÁTRIA acabou com a LJATO! A promessa de campanha era acabar com esses corruptos mas o maldito se aliou a eles..
ANDRE
2020-11-27 17:14:47Ele não passou recibo, devido a isso sua delação não tem valor jurídico. kkkkkkkkkkk
Fernando
2020-11-27 14:30:24Os nossos juízes e ministros esperam que os acusados assinem recibos de suas falcatruas. Ou $era outra coisa? Triste país.😧
Aguia
2020-11-27 10:25:07Mix jurisdicional de merdas e bostas.