Após pressão do Planalto, TSE diz que cumprirá o que está na Constituição
Diante de pressões por parte do governo Bolsonaro, o TSE acaba de divulgar uma nota em que aumenta o tom, dizendo que “os prazos para alterações no processo eleitoral já foram excedidos” e, “no atual momento, com ordem e obediência à lei, cumpre executar o que está posto nos termos da Constituição e da legislação”. Na semana passada, o Ministério...
Diante de pressões por parte do governo Bolsonaro, o TSE acaba de divulgar uma nota em que aumenta o tom, dizendo que “os prazos para alterações no processo eleitoral já foram excedidos” e, “no atual momento, com ordem e obediência à lei, cumpre executar o que está posto nos termos da Constituição e da legislação”.
Na semana passada, o Ministério da Defesa enviou um ofício a Edson Fachin, atual presidente do TSE, pedindo que fossem divulgadas sugestões feitas pelas Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições (CTE). O próprio presidente da República, como parte de uma estratégia política, tem pressionado no mesmo sentido.
Na sexta-feira (6), Fachin respondeu o ofício da Defesa, como noticiamos: Presidente do TSE não se opõe à divulgação de sugestões de militares sobre eleições
“Paz e segurança nas eleições, eis o que guia a defesa do processo eleitoral, o respeito ao resultado das urnas e o Estado democrático de direito”, diz trecho do texto.
Leia a íntegra da nota divulgada pelo TSE:
A Secretaria de Comunicação e Multimídia do TSE informa que:
1. Todas as questões remetidas pelos diversos integrantes da Comissão de Transparência das Eleições (CTE) no prazo fixado em 2021 já foram respondidas por relatório remetido aos membros da CTE em 22 de fevereiro de 2022.
2. As questões posteriormente apresentadas, embora fora do prazo inicial, receberão manifestação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no máximo até 11 de maio de 2022, em documento que consolidará todas as sugestões para as eleições deste ano e para os pleitos vindouros, porquanto todos os aprimoramentos são sempre bem-vindos. O quadro administrativo e normativo das Eleições Gerais de 2022 está pronto e acabado, de modo que os prazos para alterações no processo eleitoral já foram excedidos, quer pelo princípio da anualidade constitucional, quer pela data de 05 de março último, prevista pelo Código Eleitoral. Assim, o TSE lembra que, no atual momento, com ordem e obediência à lei, cumpre executar o que está posto nos termos da Constituição e da legislação.
3. Outrossim, para o TSE não há, nem nunca houve, qualquer objeção a que documentos com sugestões sobre o processo eleitoral sejam colocados ao pleno conhecimento público.
4. O diálogo republicano em igualdade de condições com todas entidades, sem preferências ou privilégios, tem norteado a agenda do presidente do TSE, ministro Edson Fachin, a qual nos últimos dias inteiramente esteve voltada ao encerramento do cadastramento eleitoral, ação esta que se revelou um sucesso histórico da Justiça Eleitoral (JE). E desde o início de sua gestão, em 22 de fevereiro de 2022, a Presidência do TSE tem recebido diversas instituições fiscalizadoras do processo eleitoral brasileiro. Tais entidades estão previstas na Resolução TSE nº 23.676/2021.
As reuniões com as autoridades demonstram o compromisso do Tribunal com a transparência e com o diálogo institucional, sempre visando o aprimoramento do processo eleitoral brasileiro e a realização de eleições com paz e segurança.
Entre as autoridades já recebidas pelo presidente do TSE estão o ministro-chefe da Advocacia-Geral da República, a ministra presidente do Tribunal de Contas da União, o procurador-geral da República, o vice-procurador-geral da República, todos os representantes dos 33 partidos políticos registrados na Justiça Eleitoral, o subchefe de Operações do Estado Conjunto Maior das Forças Armadas, o diretor-geral da Polícia Federal e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil.
Também foram realizadas reuniões com o ministro da Justiça, Anderson Torres; o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; e o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco. Com representantes do Ministério da Defesa, foram realizadas três reuniões: uma com o então ministro da pasta, general Braga Netto; e duas com o atual ministro, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. O presidente do TSE reuniu-se ainda com o diretor-geral da Polícia Federal e equipe.
Além disso, esteve reunido com todos os 27 Presidentes do Tribunais Regionais Eleitorais, tratando precisamente da organização das eleições de 2022. Foram, ainda, realizadas reuniões da Comissão de Transparência Eleitoral e do Observatório de Transparência Eleitoral.
Cabe esclarecer que as audiências podem ser consultadas na agenda do presidente do TSE, disponível no portal do Tribunal na internet, assim como matérias e fotos dos compromissos oficiais também foram publicadas na área de notícias do portal e no flickr, respectivamente.
Paz e Segurança nas eleições, eis o que guia a defesa do processo eleitoral, o respeito ao resultado das urnas e o Estado democrático de direito.”
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Comentários (6)
João Augusto
2022-05-09 19:45:40O presidente do TSE poderia ser mais, contundente de forma a encerrar esses questionamentos absurdos e abusivos.
Tibor
2022-05-09 15:37:22Tudo para desviar dos problemas que o país atravessa: Inflação alta, baixa renda, Corrupção nos ministérios da saúde e Educação, Orçamento secreto e por aí vai...
Amaury G Feitosa
2022-05-09 15:16:44Se o STF é tão cioso pelos ditames constitucionais POR QUE ministros violam leis e a própria constituição? Um claro e triste exemplo ... o caso do deputado Daniel Silveira cheio de ilegalidades e absurda violação até de sua própria casa um poder do qual é membro ... estão querendo força a barra e forçar uma ruptura institucional? É um grave indício ... então POR QUE OS poderes violados não avocam o Art 142 da CF se o Senado que poderia resolver está omisso e submisso pelo que todos vêem?
NELSON VIDAL GOMES
2022-05-09 12:41:35Já está passando da hora de todos dizermos a verdade! Não foi Bolsonaro quem começou com essa bagunça que estamos assistindo, não foi! E sim o STF, ao anular 07 anos de combate à corrupção e lançar Lula às eleições com "fantasia de mártir", sob a qual padecemos todos despossuídos e humilhados por suas danosas consequências. A nação não pode ser obrigada a aceitar nem Bolsonaro fazendo e falando besteiras, nem um "descondenado. Namastê!
KEDMA
2022-05-09 11:26:49Muito bem TSE.
Max
2022-05-09 10:54:20Perfeito STF/STE. Como ALERTOU o ilustre brasileiro e ex-ministro do STF, Aires Brito (entrevista no UOL), as inter locuções envolvendo STF devem ser formais e públicas, com base na ordem Constitucional. Basta de acordos e de reuniões desnecessárias, já deu. Vamos para as eleições, respeitando o direito dos eleitores de se manifestarem livremente para escolherem quem a maioria assim o desejar. Conspirar contra esse processo é crime e cabe às autoridades responsáveis reagirem conforme a lei.