Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após climão na China, Lula tenta por panos quentes na indústria

11.06.24 12:26

Lula incluiu, na agenda desta terça-feira, 11, uma reunião de meia hora com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban. A reunião no Palácio do Planalto, antes da viagem do petista para a Europa, tenta botar panos quentes na relação do Executivo com a indústria.

Na semana passada, as duas partes protagonizaram um climão na China. Acompanhando uma comitiva de ministros que foram a um fórum de empresários chinês, Alban e a CNI abandonaram abruptamente a comitiva após o governo editar uma medida provisória (MP) com regras para a fruição de benefícios fiscais — e principalmente, limitando a compensação de créditos de PIS e Cofins, proibindo o ressarcimento de saldos credores destes créditos.

A CNI estima que o impacto negativo para indústria será de 29,2 bilhões de reais nos sete meses em que a medida estiver em vigor em 2024. Em 2025, esse impacto negativo pode chegar a 60,8 bilhões de reais. Seria mais uma derrota para o setor industrial, que viu o retorno do voto de desempate pró-Fazenda Nacional no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) como outra derrota significativa.

“Chegamos ao nosso limite. Nós somos um vetor fundamental para o desenvolvimento do país e vamos às últimas consequências jurídicas e políticas para defender a indústria no Brasil”, disse Alban, ao deixar a China. “Não adianta ter uma nova e robusta política industrial de um lado se, do outro, vemos esse ataque a nossa competitividade.”

Desde então, foi a CNI quem diminuiu o tom das críticas. Nesta segunda-feira, 10, o mesmo presidente da confederação indicou que as negociações estão seguindo um “caminho de boa convergência”. 

No entanto, o artigo cita reuniões com Câmara dos Deputados e Senado — sem citar o Executivo, com quem a CNI aprontou a cena em terras chinesas. Nem a reunião com o presidente da República mereceu nota.

Simplesmente, queremos o melhor para o nosso Brasil. E o melhor para o Brasil é o crescimento das atividades produtivas de forma sustentável e sinérgica com toda a sociedade”, escreveu Alban.  “Definitivamente, não existe mais espaço para ônus sobre o setor produtivo e todos, digo todos mesmo, precisam dar a sua contribuição. Nem o setor público, nem a sociedade civil, e muito menos o setor financeiro, podem não estar alinhados e não ser ‘cúmplices’ de todo o setor produtivo.”

Leia mais em Crusoé: A chamada de Putin a Lula

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. É por isso que Lula não deslancha. Fica só no, como diria FHC, nhenhenhém. São vingancinhas, mágoas, picuinhas, provocações, revanches, mesquinharias próprias de gente que pensa pequeno, gente minúscula. Não trabalha pra valer, não rala, não chega em nada. Não sabe governar. Incompetência que salta aos olhos! Vejam o caso do arroz gaúcho... Não vai deixar saudade!

  2. Os primeiros a darem sua contribuição deveriam ser os membros do Judiciário que usufruem benesses absurdas comparando com qualquer país civilizado e democrático. Diversos juízes conseguem rendas de cerca de R$1.000.000,00/mês! Deveríamos acabar com emendas e orçamentos secretos. Por que Lula tolera o ministro Juscelino qe mandou asfaltar, com dinheiro público, o acesso à sua fazenda no nordeste? Por que tolerância com corrupção e com incompetência? Quem tolera tais práticas é porque as pratica

Mais notícias
Assine agora
TOPO