Após acompanhar Bolsonaro em evento, Mendonça bate boca com Moro nas redes
Poucas horas após acompanhar o presidente Jair Bolsonaro em um jogo beneficente no litoral de São Paulo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça (foto), retrucou críticas de Sergio Moro ao governo federal e iniciou um bate-boca com o antecessor nas redes sociais. Na tarde de segunda-feira, 28, Moro reprovou a demora da...
Poucas horas após acompanhar o presidente Jair Bolsonaro em um jogo beneficente no litoral de São Paulo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça (foto), retrucou críticas de Sergio Moro ao governo federal e iniciou um bate-boca com o antecessor nas redes sociais.
Na tarde de segunda-feira, 28, Moro reprovou a demora da gestão Jair Bolsonaro em começar a vacinação dos brasileiros contra o novo coronavírus, enquanto mais de 40 países iniciaram a imunização, e questionou: "Tem Presidente em Brasília? Quantas vítimas temos que ter para o Governo abandonar o seu negacionismo?".
No momento da publicação, Mendonça acompanhava Bolsonaro em partida de futebol do "Natal sem Fome", na Vila Belmiro, em Santos. O ministro, inclusive, esteve ao lado do presidente durante conversa com a imprensa.
À noite, longe das câmeras, o atual titular da pasta da Justiça e Segurança Pública foi ao Twitter responder o antecessor. "Alguém que manchou sua biografia tem legitimidade para cobrar algo? Alguém de quem tanto se esperava e entregou tão pouco na área da Segurança?", disparou. "Quer cobrança? Por que em 6 meses apreendemos mais drogas e mais recursos desviados da corrupção que em 16 meses de sua gestão?", completou.
Moro, então, partiu para a tréplica -- desta vez, direcionando as críticas à gestão de Mendonça. "Ministro, o senhor nem teve autonomia de escolher o Diretor da PF ou de defender a execução da pena da condenação em segunda instância (mudou de ideia?), então me desculpe, menos. Faça isso e daí conversamos", escreveu.
Ao abordar a designação do chefe da Polícia Federal, Moro repetiu, de forma indireta, a acusação feita quando deixou o governo federal. À época, ele afirmou que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na instituição, insistindo em retirar Maurício Valeixo da diretoria-geral e em trocar os titulares de superintendências estratégicas, como a do Rio de Janeiro, em nome da obtenção de informações e da proteção de aliados. O caso é investigado pela Procuradoria-Geral da República.
Pouco mais de uma hora depois, Mendonça retrucou: "Rolando Alexandre é o meu Diretor da PF, até porque sua gestão tem resultados muito melhores que a anterior", disse.
Apesar da defesa enfática do ministro, o delegado Rolando não foi a primeira opção para a sucessão de Valeixo na PF. Na verdade, Alexandre Ramagem, o nome preferido de Bolsonaro, tomaria posse como chefe da corporação em 29 de abril, mesma data da solenidade em que Mendonça assumiu o Ministério da Justiça e Segurança Pública. A nomeação, entretanto, foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Devido à decisão, Bolsonaro nomeou Rolando Alexandre como diretor-geral da PF em 4 de maio. Ainda assim, quatro dias depois, a Advocacia-Geral da União chegou a pedir que Moraes reconsiderasse a decisão que barrou Ramagem. O governo federal desistiu somente quando o ministro rejeitou o recurso e arquivou o processo.
Em relação à execução da pena em segunda instância, Mendonça lembrou que a defendeu "da tribuna do STF", quando era advogado-geral da União, em 2019. Como mostrou Crusoé, em julho, contudo, parlamentares bolsonaristas têm atuado, nos bastidores, para desfigurar a PEC que pode retomar a previsão para que o réu condenado em segunda instância cumpra imediatamente a pena.
O atual ministro seguiu na toada contra Moro: "E por falar em escolhas... Por que você escolheu trabalhar para o Grupo Odebrecht?", indagou, referindo-se à contratação de Moro por uma consultoria de gestão de empresas que administra judicialmente o processo de recuperação do Grupo Odebrecht, um dos alvos da Lava Jato.
"Agora, se não por mim, mas por sua biografia e pelo povo brasileiro: por que sua gestão tem resultados bastante inferiores aos da minha gestão?”, completou. E concluiu: "Não coloco o Brasil à frente do ego (digo, “biografia”). Trabalho não para dar entrevistas, para dar mais resultados que opiniões, para tirar menos fotos, para tirar mais recursos do crime organizado. É salutar para o país comparar gestões. Vamos?".
Pelo menos até o início da manhã desta terça-feira, Moro não havia dado sequência ao bate-boca.
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Comentários (10)
SONIA
2020-12-31 23:34:51Moro tá careca de saber que há presidente em Brasília: o STF
Deolinda
2020-12-30 08:19:48Sr Ministro Mendonça, pense na vacina, morreu e continua morrendo muita gente, seja mais humano, até pouco tempo o Sr tinha grande admiração pelo Dr Sérgio Moro...Sua vaga está garantida no STF!! Agora é hora de cuidar do povo brasileiro que está morrendo!
DALVA MARIA DOS SANTOS CASTELLAR
2020-12-29 22:29:09ESSE MINISTRO MENDONÇA ESTÁ SE ACHANDO O REI DA COCADA. TENTANDO MENOSPREZAR O MORO.
MARCOS
2020-12-29 19:55:15Esse André Mendonça é o famoso quem? Alguma celebridade? Ou quer aproveitar-se da luz que o Dr. Sérgio Moro irradia, para aparecer com essa defesa encomendada, como um cachorrinho obedecendo ao comando do seu dono, dessa forma tentar, mais uma vez, a indicação para a próxima vaga do STF, pois a primeira ele perdeu para o KKK ( Kássio Kopia e Kola ).
Antonio
2020-12-29 19:53:02Muita pena do atual ministro. Não chega aos pés do Moro.
Stella
2020-12-29 19:45:42Pobre infeliz,a inveja é tanta que a cara dele me lembra dos ratos esfomeados que usamos pra testes em laboratório.Se prestase concurso público para juiz não passava nem levando cola no maço de cigarros!!
EDVALDO
2020-12-29 19:27:38Fica brigando ai publicamente e depois diz q é PASTOR EVANGÉLICO.
Renato
2020-12-29 19:14:26Ajudante de ordens ou babaovo mesmo?
Juarez
2020-12-29 18:31:22Moro não de moral pra esse pelego, ignore-o isso aí é mercadoria podre
EDIRVAL
2020-12-29 18:27:15Sérgio Moro não manchou sua biografia, ao contrário, enobreceu-a. Tanto é assim que por questões éticas e morais lançou mão de ser Ministro da Justiça, pois se ficasse na função com certeza teria sua linda biografia cravada de chagas. Sérgio Moro disse não ao fisiologismo imundo presente neste e em governos anteriores. Merece esse Homem honesto muito respeito por todos nós.