Apesar de decisão da OMS, ministério mantém orientação sobre cloroquina
O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira, 25, que manterá o protocolo que orienta o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus desde os primeiros sintomas, apesar de a Organização Mundial da Saúde ter decidido suspender de forma temporária a condução de ensaios clínicos com os medicamentos contra...
O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira, 25, que manterá o protocolo que orienta o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus desde os primeiros sintomas, apesar de a Organização Mundial da Saúde ter decidido suspender de forma temporária a condução de ensaios clínicos com os medicamentos contra a doença devido aos riscos.
A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Isabel Correia Pinheiro, declarou que os integrantes da pasta estão “muito tranquilos e muito serenos”. “Nós seguimos, no Ministério da Saúde, nas secretarias especializadas, acompanhando todos os estudos no mundo. Já temos um banco de informações de 216 protocolos de hidroxicloroquina e cloroquina sendo usados hoje no mundo, em países como Turquia, Estados Unidos, Índia, e, nesse caso, me refiro inclusive ao uso profilático”, disse.
A OMS baseou a “pausa” em estudo publicado na sexta-feira, 22, pela revista científica The Lancet. Feita com dados de 96 mil pessoas hospitalizadas, a pesquisa indicou que as medicações, além de não se mostrarem eficazes contra a Covid-19, causam risco de arritmia cardíaca e ampliam as chances de morte. A agência, então, optou por reanalisar os dados obtidos no Programa Solidariedade, criado para buscar intervenções contra a doença, por questões de segurança.
Mayra minimizou a constatação da pesquisa científica. “Não se trata de um ensaio clínico. É apenas um banco de dados coletados de vários países. Isso não entra no critério de um estudo metodologicamente aceitável para servir de referência para nenhum país no mundo e nem para o Brasil”, pontuou.
“Nesses estudos, a forma de seleção dos pacientes, onde não havia uma dose padrão, uma duração padrão, uma medicação padrão para que possa ser considerado ensaio clínico, nos faz refutar qualquer possibilidade de citá-lo como referência para o Brasil recuar na sua orientação de respeitar a autonomia médica”.
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