Amigo dos Bolsonaro, novo ministro da Justiça mirava cargo desde a crise com Moro
Antes de ser anunciado como o novo ministro da Justiça nesta segunda-feira, 29, logo após um encontro fora da agenda com o presidente Jair Bolsonaro, Anderson Torres (foto) já havia ido outras vezes às pressas ao Palácio do Planalto em momentos de turbulência do governo. Em nenhuma delas Torres escondeu o desejo de virar um...
Antes de ser anunciado como o novo ministro da Justiça nesta segunda-feira, 29, logo após um encontro fora da agenda com o presidente Jair Bolsonaro, Anderson Torres (foto) já havia ido outras vezes às pressas ao Palácio do Planalto em momentos de turbulência do governo. Em nenhuma delas Torres escondeu o desejo de virar um dos subordinados de Bolsonaro.
Um dos encontros que mais repercutiram ocorreu em fevereiro do ano passado, quando o nome de Torres era o mais cotado para assumir o comando da Polícia Federal no lugar do delegado Maurício Valeixo, quando Bolsonaro já manifestava a intenção de interferir na corporação. A exoneração de Valeixo ocorreu em abril e culminou com o pedido de demissão de Sergio Moro da pasta que agora será assumida por Torres.
Delegado da PF, Anderson Torres era o secretário de Segurança Pública do governo de Ibaneis Rocha no Distrito Federal. A nomeação, segundo o próprio governador, ocorreu por causa da boa relação de Torres com o clã Bolsonaro -- o próprio presidente da República e os filhos Flávio e Eduardo Bolsonaro, as vozes mais influentes dentro do Planalto para assuntos que envolvem polícia e Judiciário.
O cargo no governo Ibaneis deixou de ser um obstáculo para mudança de Torres para o governo federal depois que Bolsonaro rompeu com o governador do DF, no último mês. Agora, ele assumirá a vaga do ministro André Mendonça, o sucessor de Moro, com a missão de manter o mesmo nível de alinhamento e fidelidade. Foi exatamente este o motivo que levou o presidente a mandar Mendonça de volta à Advocacia-Geral da União, depois que José Levi pediu para deixar a AGU por discordâncias com o presidente.
Torres se aproximou dos Bolsonaro no período em que trabalhou como chefe de gabinete do hoje deputado estadual Fernando Francischini, do PSL, na Câmara dos Deputados. A ligação foi maior com o deputado Eduardo Bolsonaro, além de Jorge Oliveira, ex-secretário-geral da Presidência e hoje ministro do Tribunal de Contas da União. Jorginho, como é chamado pelos aliados, era chefe de gabinete do filho 03 de Bolsonaro naquele período.
Antes mesmo de figurar como substituto de Maurício Valeixo na PF e depois até mesmo opção para o lugar de Sergio Moro, Anderson Torres já havia divergido publicamente do ex-ministro e ex-juiz. Em janeiro de 2020, o agora ex-secretário de Segurança do DF criticou a decisão de Moro de transferir líderes de facções criminosas como o PCC para o presídio federam em Brasília, dizendo que colocava em risco a vida dos brasilienses.
Enquanto esteve no governo Ibaneis, Anderson Torres conseguiu um cargo comissionado para a mulher no cerimonial da Câmara Legislativa do DF e, depois, na liderança do governo, o que rendeu um aumento de salário de 4 mil reais, que ela ganhava como servidora do Banco do Brasil, para 12 mil.
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Comentários (10)
Ricardo
2021-03-30 18:10:51E daí, fofoqueiros!!
Nelson
2021-03-30 10:14:28Mais um "pé de chinelo" como Ministro da Justiça. Em outros tempos, apenas pessoas de honradas e com notória cultura jurídica alcançavam este posto. STF no mesmo caminho há tempos...
Sonia
2021-03-30 09:14:36Ninguém aguenta mais essa corja de Bolsonaros!!
Patricia
2021-03-30 07:14:08Tudo isso nada tem a ver com direita, esquerda, centro. Tem a ver com a sede de permanência no poder, que como mostra a história (The Cuba Libre Story - Netflix - só um exemplo) leva a um regime ditatorial.
Edmundo
2021-03-30 06:46:15Sempre percebi o uso da máquina pública pelos políticos. A esquerda realmente a aparelhou com bastante gente despreparada e fidelizada. Neste governo é diferente e esse aparelhamento é feito com gente preparada (para que?), fidelizada (a quem?) e assim continuamos a destruir o serviço público federal. A diferença está no DEUS da vez, outrora ladrões, corruptos e sonsos e agora ladrões, corruptos e idiotas. Triste fim da Democracia!
Solange
2021-03-30 04:56:52Estelionato eleitoral é pouco: Jair trabalha para máfia no poder. Só por mais um ano, o outro assumirá a bandidagem
Luiz
2021-03-30 01:07:42Inimigo do meu inimigo é sempre meu amigo , políticos no Brasil agora associados ao andar de cima do judiciário, só acordos de portas fechadas , onde o único perdedor e que banca tudo é o povo que perdeu a vez e a voz, deixando o estado se tornar bem maior que o país , e se apropriarem dele .
Voto Salva
2021-03-30 01:00:24Fui vitima de um estelionatário eleitoral, o Minto prometeu seguir com a Lava Jato, convidou o Sergio Moro para Ministro, e ficou de ir para cima de corruptos e agora passa pano em tudo, logo mais teremos lava Toga, Covidao, rachadinhas e muitos novos casos que o Mensalão e o Petróleo vão parecer coisa de amador. Mecanismo continua controlando tudo, com o STF, STJ e PGR escancaradamente protegendo os bandidos poderosos. Brasil esta fadado mesmo a ser o pais líder da impunidade e corrupção.
Odete6
2021-03-29 22:54:08Tem pilantra que espantosamente combina a cara de corrupto com a de torturador da SS, não é mesmo?!!! É impressionante a plasticidade dessa subespécie!!!
Tania
2021-03-29 21:39:56O governo que os brasileiros pensavam que combateria a corrupção, futuramente será alvo de investigação.