'Alguns acham que estou mentindo, vão cair do cavalo', diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (foto) aproveitou a rápida entrevista concedida na manhã desta quarta-feira, 13, em frente ao Palácio da Alvorada, para se defender sobre dois episódios polêmicos, cujas provas ainda não vieram a público: o exame que mostra se ele testou positivo para o novo coronavírus e o vídeo da reunião ministerial na qual...
O presidente Jair Bolsonaro (foto) aproveitou a rápida entrevista concedida na manhã desta quarta-feira, 13, em frente ao Palácio da Alvorada, para se defender sobre dois episódios polêmicos, cujas provas ainda não vieram a público: o exame que mostra se ele testou positivo para o novo coronavírus e o vídeo da reunião ministerial na qual ele teria pressionado o ex-ministro Sergio Moro a trocar o comando da Polícia Federal para proteger sua família.
Bolsonaro disse que os exames enviados na noite de terça-feira, 12, ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, vão mostrar que ele não contraiu a Covid-19. Ele assegurou ainda que não fala sobre a Polícia Federal em nenhum momento do vídeo da reunião ministerial ocorrida no dia 22 de abril, dois dias antes do pedido de demissão de Sergio Moro. "Alguns acham que estou mentindo, vão cair do cavalo", disse.
O presidente voltou a afirmar que a insatisfação externada na reunião ministerial estava direcionada à segurança pessoal da família e não à proteção dos filhos de possíveis investigações da Polícia Federal. "Eu não falo Polícia Federal. Não existe a palavra investigação no vídeo", afirmou Bolsonaro. "Falo apenas da minha segurança pessoal", completou.
A versão do presidente converge com a apresentada pelos três ministros que prestaram depoimento na terça-feira: Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, Walter Braga Netto, da Casa Civil, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo.
Em seu depoimento, Ramos afirma que Bolsonaro ameaçou trocar Heleno do cargo, que é responsável pela segurança pessoal do presidente e de sua família, e não Sergio Moro. Apesar disso, segundo o depoimento, Ramos diz que Bolsonaro falou da Polícia Federal na reunião, em um contexto no qual ele criticava a "qualidade dos relatórios de inteligência" da corporação, da Agência Brasileira de Inteligência e das Forças Armadas.
Nesta quarta, Bolsonaro disse que, se Ramos mencionou isso em depoimento, "ele se equivocou". O presidente voltou a defender apenas a divulgação parcial do vídeo da reunião, cerca de 40 minutos, para não expor questões que não estejam relacionadas com o inquérito aberto para apurar a suposta interferência política de Bolsonaro na PF, como acusou Sergio Moro.
O presidente classificou ainda como "mentiras" os relatos divulgados pela imprensa sobre o conteúdo do vídeo, no qual ele teria pressionado pela troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro para proteger sua família. Segundo Bolsonaro, a questão envolvendo a troca do comando da PF no Rio está relacionada à produtividade. "O Rio de Janeiro é um estado fértil para a Polícia Federal trabalhar", disse nesta quarta.
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