Alemanha tem evidências de que coronavírus teve origem no laboratório de Wuhan
Um grupo de pesquisadores especializados do Serviço Federal de Inteligência Alemã afirmou, após extensas investigações, que há inúmeras indicações de origem laboratorial

Uma iniciativa do Bundeskanzleramt (Chancelaria Federal) resultou em reuniões entre um grupo de especialistas e o Bundesnachrichtendienst (Serviço Federal de Inteligência da Alemanha). Após análises detalhadas, surgiram diversas evidências que sugerem uma origem laboratorial do vírus Sars-CoV-2.
A equipe de pesquisa do governo alemão possui informações substanciais que indicam uma forte probabilidade de que o vírus Sars-CoV-2 tenha sido artificialmente criado a partir da modificação de um vírus já existente, com origem atribuída ao Instituto de Virologia de Wuhan, na China.
Conforme relatos do jornal suíço Neue Zürcher Zeitung (NZZ), as discussões entre cientistas especializados e o serviço de inteligência ocorreram nas últimas semanas, com os primeiros encontros já tendo acontecido no ano anterior.
Entre os participantes estavam virologistas renomados, que investigaram a origem do vírus em múltiplas ocasiões.
Governo alemão não comenta
No entanto, a posição do governo federal é de não comentar questões relacionadas a informações obtidas por meio de serviços de inteligência.
Um porta-voz declarou ao NZZ que essas informações são tratadas com confidencialidade e que relatórios são apresentados às comissões secretas do Bundestag.
Isso levanta questionamentos sobre a razão pela qual a população alemã ainda não foi informada sobre as descobertas até o momento.
O Bundesnachrichtendienst também não respondeu às solicitações de esclarecimentos do NZZ, assim como a embaixada chinesa na Alemanha.
A pandemia Covid
O Sars-CoV-2 é o agente causador da Covid-19, que desencadeou uma pandemia global entre 2020 e 2023.
Este vírus e sua doença associada são popularmente conhecidos como "Corona" ou "Covid". A pandemia resultou na morte de mais de sete milhões de pessoas em todo o mundo, levando a profundas consequências sociais e econômicas, incluindo o fechamento de empresas e o impacto severo sobre a saúde mental das populações afetadas.
A investigação sobre a origem do vírus continua a ser um tema central para as agências de inteligência na Alemanha.
Fontes afirmam que desde 2020 já havia indícios considerados plausíveis quanto à hipótese laboratorial.
Rigor científico e presunção de inocência
As investigações foram conduzidas seguindo princípios científicos rigorosos, mantendo uma presunção de inocência em relação à China até que provas concretas ou evidências suficientes fossem apresentadas.
Os pesquisadores envolvidos compartilham não apenas um interesse comum pela origem do vírus, mas também uma preocupação significativa sobre o risco de uma repetição da história de uma pandemia originada em um laboratório chinês.
Mers
Em 2020, atividades laboratoriais não se restringiram apenas aos coronavírus semelhantes ao Sars, mas também envolveram pesquisas sobre vírus semelhantes ao Mers (sigla em inglês para denominar a doença Síndrome Respiratória do Oriente Médio - SROM), conforme apontado em publicações científicas recentes.
Com relação ao Mers, uma doença perigosa com taxas fatais entre 20% a 40% em surtos, as investigações revelaram que houve tentativas por parte dos cientistas em Wuhan para adaptar esse vírus aos humanos.
Especialistas alertam para os riscos associados à manipulação genética desses patógenos em laboratórios com níveis inadequados de segurança.
As autoridades alemãs têm destacado que trabalhos relacionados ao Sars e Mers no país são realizados apenas em laboratórios de segurança nível 3, enfatizando que essa prática deveria ser igualmente aplicada na China.
Falta de transparência
O virologista Christian Drosten expressou preocupações sobre as implicações dessas pesquisas e ressaltou a necessidade urgente por padrões internacionais mais rigorosos.
A falta de transparência por parte da China tem alimentado desconfianças sobre a origem do vírus. Relatórios indicam tentativas sistemáticas de manipulação das informações científicas relativas ao Sars-CoV-2, culminando em estratégias enganosas que influenciaram até mesmo relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Atualmente, a falta de colaboração por parte das autoridades chinesas continua sendo um obstáculo significativo para elucidar a verdadeira origem da pandemia.
Pesquisadores apontam que se houvesse disposição para compartilhar amostras relevantes, como aquelas provenientes de animais considerados intermediários ou humanos infectados nos primeiros casos registrados, muitas incertezas poderiam ser esclarecidas rapidamente.
Falhas nos protocolos de segurança ou arma biológica?
Embora existam indícios substanciais que sustentem a hipótese da origem laboratorial do Sars-CoV-2, até o momento não há evidências conclusivas que comprovem seu desenvolvimento intencional como arma biológica.
A hipótese mais aceita sugere que falhas nos protocolos de segurança durante pesquisas podem ter contribuído para sua disseminação.
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