Alemanha indica que não vai banir China do 5G, diz Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores acredita que a Alemanha não estabelecerá requisitos que excluam empresas fornecedoras do 5G em virtude de suas nacionalidades, o que, na prática, significaria a permissão para que a chinesa Huawei entrasse no principal mercado europeu da tecnologia. A avaliação consta de um telegrama enviado pela Embaixada do Brasil em Berlim...
O Ministério das Relações Exteriores acredita que a Alemanha não estabelecerá requisitos que excluam empresas fornecedoras do 5G em virtude de suas nacionalidades, o que, na prática, significaria a permissão para que a chinesa Huawei entrasse no principal mercado europeu da tecnologia. A avaliação consta de um telegrama enviado pela Embaixada do Brasil em Berlim à sede do Itamaraty, em Brasília, no final de agosto. Na quarta-feira, 9, o chanceler Ernesto Araújo se reuniu com o embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms (foto).
De acordo com o telegrama, a Agência Federal de Redes (Bundesnetzagentur, BNetzA) publicou, em 11 de agosto, versão atualizada do seu Catálogo de Requerimentos de Segurança para as Operações de Telecomunicações e de Sistemas de Processamento de Dados. O documento foi submetido para aprovação do Conselho da União Europeia e ainda pode sofrer alterações. Segundo o Itamaraty, é esperado que os padrões alemães sejam a referência que a União Europeia irá seguir para elaborar as estratégias do bloco com relação ao 5G.
A embaixada brasileira ressalta que, ainda que os textos atualmente indiquem “que não haverá exclusão de empresas em virtude de sua origem”, a costura ainda não está completamente definida, já que “futura emenda em outra lei poderá permitir restrições”. O documento do governo alemão inclui a regra de que fornecedores devem ser obrigados a assegurar que informações confidenciais dos clientes não sejam acessadas por outros países ou por autoridades estrangeiras na Alemanha. Além disso, estruturas consideradas "críticas" devem operar com componentes de diferentes empresas, para que se
evite a dependência de uma única companhia.
Em reuniões interministeriais, o Itamaraty tem reiterado uma posição contrária à participação de empresas chinesas no 5G do Brasil, atendendo ao lobby dos Estados Unidos. O governo brasileiro ainda estuda maneiras de se chegar a um meio-termo nessa questão, como a possibilidade de limitar a participação de cada um dos fornecedores na infraestrutura do 5G nacional.
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