ABBA contra Trump
O grupo pop sueco ABBA pediu à campanha presidencial de Donald Trump, nos Estados Unidos, para que pare de usar as músicas do grupo em comícios políticos. “Juntamente com os membros do ABBA, descobrimos que foram lançados vídeos onde a música do ABBA foi usada em eventos de Trump e, portanto, solicitamos que tal uso...
O grupo pop sueco ABBA pediu à campanha presidencial de Donald Trump, nos Estados Unidos, para que pare de usar as músicas do grupo em comícios políticos.
“Juntamente com os membros do ABBA, descobrimos que foram lançados vídeos onde a música do ABBA foi usada em eventos de Trump e, portanto, solicitamos que tal uso seja imediatamente removido e retirado”, disse a Universal Music, gravadora da banda, em comunicado.
A Universal também afirmou que a equipe de Trump não pagou pela licença para uso das canções.
Segundo o jornal sueco Svenska Dagbladet, ao menos três músicas do grupo — “Dancing Queen”, “The Winner Takes It All” e “Money, Money, Money” — apareceram na campanha do republicano.
Todas foram tocadas em um mesmo comício, em 27 de julho, no estado de Minnesota.
Músicos contra Donald Trump
Durante um evento de campanha em fevereiro, o ex-presidente americano Donald Trump foi saudado pela música "Nothing Compares 2 U", interpretada pela irlandesa Sinéad O'Connor em 1990. O uso pode até cair bem entre os apoiadores do ex-presidente republicano. Mas não caiu nada bem com os herdeiros da cantora, falecida ano passado e uma das mais rebeldes vozes de seu tempo. que querem que o político pare de usar sua obra.
Nesta segunda-feira, 4, a Chrysalis Records — gravadora da cantora — e o espólio da artista se pronunciaram após enviar uma carta de desistência à campanha de Trump, o último passo antes da ação judicial.
"Por toda sua vida, é sabido que Sinéad O'Connor viveu sob um código moral definido por honestidade, gentileza, justiça e decência com outros seres humanos", inicia o comunicado. "Foi com ultraje que descobrimos que Donald Trump vez usando sua icônica performance de ''Nothing Compares 2 U" em seus comícios políticos."
O comunicado lembra que a cantora já o chamou de "demônio bíblico" e que ela estaria "enojada, ferida e insultada" se soubesse do seu uso.
O espólio de Sinéad não é o único a proibir Trump de fazer uso de suas canções. É uma batalha recorrente há pelo menos oito anos, desde a primeira candidatura do republicano.
A lista conta com uma playlist tão variada que nem aparenta ser do próprio ex-presidente republicano: o cantor Bruce Springsteen já havia, em 2016, acionado seus advogados para que Trump não usasse "Born in the USA", um de seus maiores sucessos (e uma crítica velada às guerras travadas pelos EUA).
O grupo britânico The Rolling Stones fez o mesmo, após seu clássico de 1969 “You Can’t Always Get What You Want” era constantemente utilizado na campanha. O Queen já indicou que tinha dificuldades de fazer Trump não usar "We Will Rock You" em seus vídeos.
Outros espólios de artistas já falecidos também se sentiram incomodados com o uso indevido de Trump, como Luciano Pavarotti (que não viu sua versão de “Nessun Dorma” ilustrar os comícios), e Prince — que é o compositor original de "Nothing Compares 2 U". Nesse caso, Trump usou outra canção sua: seu mega-sucesso "Purple Rain", de 1984. Em nenhum caso, os artistas reclamaram que a questão se daria pela falta de pagamento de direitos autorais.
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Comentários (2)
Rosele Sarmento Costa
2024-08-30 20:23:51É terrível ver um candidato sem escrúpulos usar de má fé as músicas de artistas que o desprezavam ou desprezam!
Renata
2024-08-30 08:30:05Uma vez pagos os direitos autorais, não tem como impedir que o público use as músicas como bem quiser. Chico Buarque compôs “Apesar de Você” contra a ditadura militar e muita gente usou contra Lula e Dilma.