"A volta do imposto sindical é a infantilização dos brasileiros", diz Magno Karl
O diretor-executivo do Livres, Magno Karl (foto), afirma que o retorno do imposto sindical, proposta impulsionada pelo PT e pelo ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho, mostra uma tentativa do governo de infantilizar os brasileiros. Segue entrevista que ele deu para a Crusoé. Como o sr. vê a movimentação política para o retorno...
O diretor-executivo do Livres, Magno Karl (foto), afirma que o retorno do imposto sindical, proposta impulsionada pelo PT e pelo ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho, mostra uma tentativa do governo de infantilizar os brasileiros. Segue entrevista que ele deu para a Crusoé.
Como o sr. vê a movimentação política para o retorno do imposto sindical?
Não seremos uma sociedade livre de fato enquanto a lógica da participação política continuar pautada na imposição de contribuições, uma forma de infantilizar o cidadão. Partidos e candidatos já obrigam o eleitor a financiá-los. Agora, o governo deseja regredir mais ainda e voltar a obrigar o trabalhador a pagar por um sindicato que não o representa. Infantilizar o cidadão é enfraquecer a democracia.
Por que esse financiamento é problemático?
Partidos e candidatos obrigam o eleitor a financiá-los através dos fundos partidário e eleitoral. No lugar de buscar o convencimento para receber a doação voluntária do eleitor, impuseram o fundo com modelo de destinação tendo poder concentrado nos dirigentes partidários. A volta do imposto sindical é a infantilização dos brasileiros.
Por que o sr. chama isso de infantilização?
É uma infantilização porque parte da noção de que o cidadão não é capaz, por si só, de fazer um uso adequado e responsável do próprio dinheiro. A premissa em jogo é que, como partidos, candidatos e sindicatos são parte importante da democracia, então sustentá-los seria benéfico para o cidadão mesmo que ele próprio, na verdade, não perceba.
Qual seria a outra opção?
No fundo, essa ideia parte de uma visão de tutela e infantilização do cidadão, entrando em choque com o princípio democrático da igual dignidade humana. Tratar adultos como adultos é, também, respeitar as escolhas do que eles fazem com o seu próprio dinheiro.
Há riscos?
Esse é um atalho autoritário: como acham que financiar o seu próprio interesse é uma causa justa, é mais fácil obrigar o financiamento do que buscar convencer o cidadão a participar e financiar, o que seria, na prática, cumprir o papel institucional de partidos, candidatos ou sindicatos: representar de fato o interesse dos seus representados.
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Comentários (5)
Lucia
2023-09-02 21:03:28É mais do que infantilizar. É chamar o brasileiro de burro, de idiota, de panaca! Como dizia Gonzaguinha na canção “É”: a gente não tem cara de panaca, a gente não tem jeito de babaca… “
Eduardo
2023-08-29 12:23:22Duda, com esse sindicalismo luloptista-getulista (e bota mandarinato nisto). respeitando a ótima resposta do entrevistado, proponho duas opções óbvias: não pagar e não pagar.
ADRIANO
2023-08-28 09:12:02Essa gente não mede esforços para criar motivos para tirar dinheiro da população. Porque chega de graça, não se contesta lei em tese e eles não são obrigados a prestar contas do uso. Mais fácil que tomar chupeta de bebê.
ANDRÉ MIGUEL FEGYVERES
2023-08-27 22:40:51Caro Magno Karl, os sindicalistas q querem receber 1, 2 ou 3 dias d salários dos seus associados são vermes q sugam o dinheiro de quem trabalha pois fazem muito pouco para merecer tais manás. São tantos parasitas neste governo de vermes que sugam a força vital da Nação q todos querem uma "boquinha" em todos os órgãos do governo, estatais, bancos públicos, ONG's, carreiras em reguladoras como ANEEL, ANAC, ANVISA, em clientes e fornecedores do estado e por aí vai. C o PT o Brasil apodreceu muito!
MARCOS ANTONIO RAINHO GOMES DA COSTA
2023-08-27 16:35:26ELES QUEREM O DINHEIRO DOS OTÁRIOS PARA CONTINUAREM A ROUBALHEIRA.