A sobrevida política de May

O Parlamento inglês vota nesta quarta-feira, 27, alternativas ao plano feito pela primeira-ministra Theresa May (foto) para o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia. Uma nova rodada de votações pode acontecer na semana que vem.

Como os parlamentares assumiram a agenda de debates, a primeira-ministra perdeu o controle do processo. Mas isso pode até ser positivo. "A primeira-ministra tem mostrado alguma relutância em ouvir a voz do Parlamento quando as posições dos legisladores diferem das visões do Partido Conservador. Mas o fato é que o partido dela não tem a maioria na Casa dos Comuns e alguns de seus membros não querem apoiar o plano que ela fez", diz a cientista política Meg Russell, professora da University College, em Londres. "Então, para construir uma maioria na Casa do Comuns, parece inevitável que ela tenha de escutar os parlamentares de outros partidos. Isso pode ser desconfortável para ela, mas faz parte da natureza de um governo de minoria."

No final, se May escolher ignorar as posições dos parlamentares, a Casa dos Comuns poderá colocar um voto de censura e encerrar o seu mandato. "O futuro político de May é curto. Ninguém ficará surpreso se ela pedir para sair ou for forçada a isso nos próximos dias. Se ela sobreviver nas próximas semanas, o que é muito difícil, May certamente acabará saindo até o meio do ano", diz Meg.