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A posição do papa Francisco sobre as pessoas LGBT

27.05.24 17:43

O diretor de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, disse nesta terça, 28, que o papa Francisco pediu desculpas por afirmações que ele teria dito em uma reunião a portas fechadas com 250 bispos, em 20 de maio.

As declarações repercutiram em diversos veículos de imprensa italianos nesta segunda, 27. Segundo os jornais, o papa teria pedido restrições a homossexuais na Igreja Católica.

O papa nunca pretendeu ofender ou expressar-se em termos homofóbicos, e se desculpa com quem se sentiu ofendido pelo uso de um termo, referido por outros”, afirma o comunicado no site do Vaticano.

De acordo com alguns veículos, o pontífice teria afirmado que existe o risco de alguém que é gay escolher o sacerdócio e acabar por levar uma vida dupla“. Ele também teria falado de “excesso de bichas”.

Ambiguidade

O papa tem mantido uma relação ambígua com a comunidade LGBT. O pontífice pede respeito e valoriza as pessoas que não se encaixam no esquema tradicional da família, pregado pela Igreja. Ao mesmo tempo, entende que uma inclusão total nos rituais não é possível.

Em 2016, Francisco reafirmou uma instrução estabelecida por seu antecessor, Bento XVI, sobre a presença de homossexuais em seminários.

O documento diz que “a Igreja, embora respeite profundamente as pessoas em questão, não pode admitir no Seminário e nas Ordens Sagradas aqueles que praticam a homossexualidade, têm tendências homossexuais profundamente enraizadas ou apoiam a chamada cultura gay”.

Benção a casais homossexuais

No final do ano passado, o papa Francisco emitiu uma nova diretriz que permite que sacerdotes abençoem casais do mesmo sexo com uma condição.

O documento aprovado por Francisco foi redigido pelo responsável pelo gabinete da Igreja para doutrina, o cardeal Víctor Manuel Fernández.

A diretriz não permite a realização de casamento ou qualquer formalização de união de casais de mesmo sexo ou, nas palavras do documento, “irregulares”.

Ela apenas permite que padres concedam benção, ou seja, escutem e respondam a um pedido de um fiel a Deus.

Segundo o documento, “em última análise, uma benção oferece às pessoas um meio de aumentar sua confiança em Deus“. Ele afirma que o pedido por uma benção expressa alimenta a abertura à transcendência, à misericórdia e à proximidade de Deus em diferentes circunstâncias da vida.

 

Lançamento de documentário

Em abril de 2023, o serviço de streaming Disney+ lançou um documentário que relata uma conversa entre Francisco e jovens de diversas origens, religiões e orientações sexuais.

Ao ser questionado sobre o acolhimento de pessoas LGBT, ele afirmou haver espaço na Igreja para todos. “Toda pessoa é filha de Deus, toda pessoa. Deus não rejeita ninguém, Deus é pai. E eu não tenho o direito de expulsar ninguém da Igreja. Não só isso, meu dever é sempre acolher”, respondeu Francisco. “A Igreja não pode fechar a porta para ninguém. Para ninguém”, acrescentou.

O papa defende o acolhimento de qualquer pessoa pela Igreja, mas isso não significa que ele deixe de criticar o que chama de “ideologia de gênero“, termo normalmente usado para questionar a imposição de um comportamento a todas as pessoas.

Em entrevista ao jornal argentino La Nación, publicada semanas antes da estreia do documentário, Francisco chama a “ideologia de gênero” de “uma das colonizações ideológicas mais perigosas.

Ao jornal argentino, ele afirmou que esse pensamento “dilui as diferenças, e a riqueza dos homens e mulheres” e está “criando um mundo igualitário, tudo contundente, tudo igual“, contrário à “vocação humana“.

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  1. Respeito os homossexuais, mas prefiro que nas ordens religiosas as pessoas sejam heteros e QUE POSSAM FORMAR CASAIS. NADA DE CELIBATO. É UMA FARSA.

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