A mágoa de Bolsonaro com o ex-comandante da FAB
Ex-presidente dá um jeito de mencionar Baptista Júnior em crítica a Lula e Macron por perda de concorrência internacional pela Embraer

Jair Bolsonaro (foto) publicou uma mensagem nesta sexta-feira, 27, para criticar Lula e Emmanuel Macron pela derrota da Embraer em uma concorrência internacional, e fez questão de dar sua alfinetada no brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, que comandou a Aeronáutica em seu governo.
"França derrota o Brasil no caso Embraer. U[S]$ 2,7 bilhões deixam de entrar no Brasil. Menos 84 jatos serão produzidos aqui, e milhares de empregos perdidos. No derrota da Embraer foi decisiva a interferência de Macron (França) contra o Brasil, logo ele, que há poucos dias recebia a visita do 'festivo & serelepe' casal Lula/Janja. Lula comemorar o fim da 2ª Guerra Mundial na Rússia, ao lado de ditadores e criminosos de guerra, foi decisivo para que a Polônia comprasse jatos, não da nossa Embraer, mas da concorrente Airbus. Mais recentemente, estar ao lado do Hamas e do Irã, logo logo, veremos nosso mercado perder oportunidades para outros países", reclamou o ex-presidente em seu perfil no X, em postagem destacada.
A LOT Polish Airlines não admitiu publicamente que sua decisão pelos jatos da Airbus teve razões políticas, mas os analistas que acompanham o mercado de aviação dizem que isso é evidente.
"PS."
Na mesma postagem, Bolsonaro fez uma menção gratuita a Baptista Júnior, que já tinha sido feita durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da trama golpista:
"PS.: após deixar o Comando da FAB o Brigadeiro Carlos Baptista Jr. aceitou cargo de consultor na empresa europeia Airbus."
Carlos Baptista Junior foi um dos dois comandantes das Forças Armadas que se negaram a avançar nas conversas sobre medidas de exceção durante o fim do governo Bolsonaro.
Segundo o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, ameaçou dar voz de prisão ao ex-presidente caso ele seguisse tentando atraí-lo para um golpe de Estado.
"Louco para ir embora"
Ao ser questionado, durante o julgamento da trama golpista pela defesa do general Walter Braga Netto, para esclarecer afirmação sobre o brigadeiro estar "procurando acomodação em outro lugar" após a derrota nas eleições de 2022, Bolsonaro respondeu:
"É o comportamento dele. Até, recentemente, a imprensa disse que ele teria assinado um contrato com uma empresa do ramo aeronáutico e, agora, estaria sendo consultor dessa empresa. Mas [é] matéria da imprensa, não vou dizer se é verdadeira ou não. Mas o próprio comportamento dele, nas poucas vezes em que estive com ele, era de louco para ir embora, 'não quero conversa, não li e não gostei'. Esse era o comportamento dele."
A postagem publicada pelo ex-presidente nesta sexta-feira termina assim:
"Lembro que, em meu governo, a França queria discutir questões ambientais, quando respondi ao seu chefe de estado que seria atendido quando o seu país tivesse mata ciliar e um percentual de preservação ambiental parecidos com o do Brasil. Conversa encerrada!"
Leia mais: Baptista Jr. é mais incisivo que Freire Gomes, mas relatos de ambos comprometem Bolsonaro
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