A linha de chegada do acordo entre Mercosul e União Europeia
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está no Uruguai para acompanhar a reunião de cúpula dos países sul-americanos
Em visita ao Uruguai, onde acompanhará a cúpula de líderes do Mercosul, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (foto), afirmou nesta quinta-feira, 5, já ver a linha de chegada do acordo entre o bloco de países sul-americanos e a União Europeia.
“A linha de chegada do acordo UE-Mercosul está à vista. Vamos trabalhar, vamos cruzá-la. Temos a oportunidade de criar um mercado de 700 milhões de pessoas. A maior parceria de comércio e investimento que o mundo alguma vez viu. Ambas as regiões beneficiarão”, escreveu Von der Leyen no X.
A expectativa é que o acordo, negociado há mais de 20 anos, seja ratificado na cúpula.
França lidera resistência ao acordo
O governo da França anunciou, em 26 de novembro, que irá se opor "total e resolutamente" ao acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, prometendo barrar qualquer tentativa de entendimento entre os blocos.
Diante da Assembleia Nacional, em Paris, a ministra da Agricultura, Annie Genevard, afirmou que o projeto, "nas condições atuais", não garante "condições justas de concorrência para os nossos agricultores".
Além da França, outros países já demonstraram insatisfação com o tratado.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse que Varsóvia não aceitará tal como está o acordo de comércio livre entre a União Europeia e os países do Mercosul.
"A Polônia não aceitará o acordo de comércio livre com os países da América do Sul, ou seja, o bloco Mercosul, nesta forma", afirmou.
A Itália também se opõe ao tratado na forma atual, de acordo com declarações recentes do ministro da Agricultura italiano, Francesco Lollobrigida.
Se a Comissão Europeia insistir no tratado, a França precisará do apoio de ao menos quatro países para bloquear sua aprovação.
Negociações são antigas
As negociações, que já duram mais de 20 anos, foram retomadas em 2019, mas seguem travadas por exigências ambientais lideradas pela França. A UE pressiona por garantias concretas de adesão ao Acordo de Paris e regras de sustentabilidade para evitar impactos como desmatamento e uso excessivo de agrotóxicos.
Embora países como Espanha e Alemanha apoiem o acordo, vislumbrando maiores exportações de veículos e produtos farmacêuticos, o Brasil, líder no Mercosul, estima que o tratado geraria impacto positivo de 0,46% no PIB nacional, além de ganhos significativos na balança comercial.
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