A irmã de Milei e o trauma do presidente sem poder
O presidente da Argentina, Javier Milei, participou da cerimônia de posse neste domingo, 10, ao lado de irmã Karina Elisabeth Milei (foto). Nesta segunda, 11, ela foi nomeada para comandar a Secretaria de Governo. Para nomear a irmã, Milei modificou um decreto do ex-presidente Mauricio Macri. O texto proibia as escolhas de familiares diretos de...
O presidente da Argentina, Javier Milei, participou da cerimônia de posse neste domingo, 10, ao lado de irmã Karina Elisabeth Milei (foto). Nesta segunda, 11, ela foi nomeada para comandar a Secretaria de Governo.
Para nomear a irmã, Milei modificou um decreto do ex-presidente Mauricio Macri. O texto proibia as escolhas de familiares diretos de funcionários públicos. Milei abriu exceção para os postos indicados pelo presidente.
Mas o nepotismo, mesmo que autorizado, continua sendo nepotismo. Certamente, Milei teria plenas condições de encontrar uma pessoa tão ou mais competente entre a população de 40 milhões de pessoas para ocupar o cargo da Secretaria de Governo. Karina só foi escolhida pelo seu parentesco.
Em parte, os argentinos não se surpreenderam com a escolha. Todos já conheciam o poder que ela exerce sobre Milei, que a chama de "Moisés" ou "o chefe". Ela foi a organizadora da campanha e também da cerimônia da posse.
"Na Secretaria de Governo, Karina vai cuidar da agenda presidencial. Já se esperava que ela teria um papel como esse. Não foi uma surpresa. É uma função que normalmente fica a cargo de alguém com muita confiança, o que de certa forma justifica a escolha", diz o cientista político argentino Julio Burdman.
Por outro lado, a escolha de Karina pode trazer problemas no futuro, caso os argentinos entendam que ela manda mais que o irmão. Em tempos recentes, a aprovação do presidente Alberto Fernández despencou porque sua vice, Cristina Kirchner, começou a se destacar mais que ele. Em 2020, Cristina comandou algumas ações que desagradaram a população, como a estatização de uma exportadora de soja, a Vicentin. Apenas 21% dos argentinos aprovaram a medida, enquanto 46% foram contra. Em junho daquele ano, os argentinos fizeram protestos em oitenta cidades contra o governo. Fernández nunca mais conseguiu recuperar a aprovação popular que teve nos primeiros meses da pandemia.
"Até agora, Karina tem mantido um perfil muito baixo. Ninguém escuta a voz dela. Se ela tomar um lugar dentro da Casa Rosada, não vai chamar muito a atenção. É um cargo que, embora muito importante, não é muito conhecido. Até ontem, ninguém sabia quem era o secretário da presidência de Alberto Fernández", diz Burdman. "Mas, se ela começar a adquirir um perfil público, proferir declarações públicas ou dar entrevistas, aí sim haveria mais questionamentos. Por enquanto, as preocupações estão em outro lugar."
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Comentários (3)
Sônia Adonis Fioravanti
2023-12-12 13:30:03Ele já diminui para 9 os ministérios ,para CORTAR DESPESAS ,ao contrário dos 38 de nine ,e a irmã trabalhou na campanha e é discreta ,ao contrário de ESBANJA
Zelia da Costa Silva Rodrigues de Araujo
2023-12-12 12:40:18Quando se está cercado de serpentes venenosas. ... ...Melhor socorrer-se de alguém que lhes esmague as cabeças!
Paulo Afonso Alves Dos Santos
2023-12-11 17:12:50E a Janja...???