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    A direita brasileira é o novo arraial de Canudos

    O Brasil nunca foi um só e isso passa muito longe de ser um problema. No entanto, um Brasil insiste em perseguir o outro, sob pretexto de unificar a nação. O Brasil perseguido, antigamente, habitava recantos geográficos distantes do litoral. Atualmente os recantos não são mais geográficos, mas ideológicos. Aqueles que adotam valores religiosos ou...

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    André Marsiglia Santos
    4 minutos de leitura 26.11.2022 11:25 comentários 10
    Guerra de Canudos: para "unificar o Brasil" é preciso destruir o diferente
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    O Brasil nunca foi um só e isso passa muito longe de ser um problema. No entanto, um Brasil insiste em perseguir o outro, sob pretexto de unificar a nação. O Brasil perseguido, antigamente, habitava recantos geográficos distantes do litoral. Atualmente os recantos não são mais geográficos, mas ideológicos. Aqueles que adotam valores religiosos ou identificados com a ideologia de direita e do conservadorismo são considerados hoje distantes do litoral do pensamento e se tornam alvos das tentativas de unificação. Unificar, na prática, significa combater. Unir os dois Brasis quer dizer enterrar o outro, o diferente, até vingar só uma visão, a visão única, que será chamada de democrática.

    O discurso de existência de dois Brasis que precisam se unir é antigo. Quando Euclides da Cunha, na função de correspondente de guerra do jornal O Estado de São Paulo, visitou o arraial de Canudos, o governo de então, embora estivesse diante de simples religiosos, fez crer a todos que enfrentava um levante monarquista antidemocrático, e que os dois Brasis, uma vez cindidos, careciam de unificação. A unificação veio da forma como o Brasil costuma resolver seus problemas: com postura autoritária. Nas palavras do próprio Euclides, em sua obra Os Sertões, o arraial de Canudos “caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados” (...) “No dia 6 acabaram de o destruir desmanchando-lhe as casas, 5.200, cuidadosamente contadas”.

    Corridos os séculos, estamos na mesma. Eleito o presidente Lula, diante de uma multidão de insatisfeitos, o discurso das altas Cortes de nosso Judiciário é: precisamos combater as tentativas de levante antidemocrático. O discurso de Lula: precisamos unificar os dois Brasis. A mensagem é clara: sob o risco da agressão dos insatisfeitos, cabe ao governo e ao Judiciário agredi-los e restituí-los às profundezas ideológicas de onde saíram. Quando o crânio de Antônio Conselheiro, líder de Canudos, foi levado ao litoral, ao Brasil democrático, ao Brasil pensante, Euclides conta que “deliravam multidões em festa”, diante daquele “terribilíssimo antagonista”, diante daquele crânio com as “linhas essenciais do crime e da loucura”.

    Unir um Brasil multifacetado social e culturalmente é uma ambição antiga e burra, pois autoritária. O Brasil não se une com 5 mil soldados ou com 5 mil decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rugindo na frente dos insatisfeitos. O Brasil resultante dessa união forçada é tudo menos democrático. O Brasil precisa se respeitar.

    Estamos diante de um governo Bolsonaro que se esfacelou, mas os  conservadores de direita não se resumem aos bolsonaristas, e menos ainda se resumem a personagens caricatos em frente dos quartéis. Nada mais inábil do que julgar que a direita conservadora seja composta pelos que urram e marcham.

    Enquanto enxergarmos os Brasis cindidos de forma autoritária, exigindo que se unifiquem, ridicularizando o diferente como grotesco, acusando-o de terrorismo à democracia, a liberdade de expressão, premissa da livre troca de ideias entre diferentes, será um incômodo a ser extirpado pelos tribunais. O debate político será não muito mais do que uma troca de acusações e os políticos serão eleitos não por terem melhores ideias, mas por terem as melhores táticas para extirpar seus oponentes.

    Teremos dois Brasis que, por não se respeitarem, se rejeitam, odeiam-se, enfrentam-se e, quando se alternam no poder, fazem do governo uma guerra contra tudo que se construiu antes, e da oposição, uma diária antessala para o  golpismo.

    André Marsiglia é advogado. Escreve sobre Direito e Poder.

    andremarsiglia.com.br

    @marsiglia_andre

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    André Marsiglia Santos

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (10)

    Roseane Malaghini

    2022-11-29 13:23:37

    Excelente análise!


    Radjalma Costa

    2022-11-28 16:26:24

    Enquanto isso o MST volta a invadir propriedades e não se vê o ser supremo convocar as PMs para desocupar fazendas invadidas. Ao contrário, agora invasor tem direito a uma comissão de negociação. Assassinos são soltos sob as teses mais estapafúrdias, deixando os pagadores de impostos à mercê da sorte.


    MARIO CAVALCANTI GAMEIRO DE MOURA

    2022-11-28 11:52:56

    Infelizmente esse dois Brasis não é uma coisa nova como bem lembrou o autor, porém espertamente esses Brasis voltaram a tona na mão de dois POPULISTAS cujo objetivo é o poder. BOZO e o DESCONDENADO são apenas a faces de uma mesma moeda, um não sobrevivi sem o outro, como aqui disse, o nosso POVO escolheu o que tinha de pior pra Final e vai sofrer as consequências de sua escolha. Aliás, esse POVO, que costumo também chamar de MASSA DE MANOBRA, está tanto de um lado como do outro.


    ALEX ERICKSON

    2022-11-27 17:37:16

    Tudo bem, doutor! Expôs bem a questão. Mas qual o sentido pragmático da afirmação: "O Brasil precisa se respeitar." O Brasil não é um ser, uma pessoa ou algo "personificável". O Judiciário está aplicando a Lei, pois os insatisfeitos são baderneiros e infratores dela. Não é prudente expor sua habilidade de defensor do maligno, ainda que sua profissão o permita. A analogia com Canudos foi pífia e injusta, pois essa é uma história trágica do nosso passado. E, atualmente, se vê insanidades.


    Alessandro

    2022-11-27 13:03:25

    Excelente análise, eloquente, sem viés. Aliás, como deveriam ser todas as análises, de todos os analistas, sempre. Todas, de todos, sempre.


    JULIANA

    2022-11-27 09:36:27

    Lembrei de um texto do Rubem Alves: casamento tênis X casamento frescobol🙈. Eu amei o texto, achei lindo e menos com "cara de sábado" que os outros...😜, mas como estou lendo só agora, domingo de manhã 🥴, só consigo me perguntar pq as pessoas ñ param de jogar tênis e começam a jogar frescobol... 😬🤷‍♀️


    Míriam

    2022-11-27 09:27:19

    Excelente artigo! Esses dois Brasis precisam, em primeiro lugar, ouvir um ao outro, despidos de seus preconceitos, para poderem começar a se entender. Mas será que querem??


    Eduardo

    2022-11-27 09:15:23

    boa análise!


    Antonio

    2022-11-27 07:46:11

    Concordamos, porém como fazer isso? Bolsonaro e Lula levaram-nos a extremos irreconciliáveis.


    Gilnei Carvalho Ocacia

    2022-11-26 21:14:59

    O Brasil não está reduzido às duas facções extremas. Há muitos que as rejeitam. Somente corruptos ou ignorantes (ou ambos) para seguir a "liderança" de um dos dois corruptos psicopatas.


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    Comentários (10)

    Roseane Malaghini

    2022-11-29 13:23:37

    Excelente análise!


    Radjalma Costa

    2022-11-28 16:26:24

    Enquanto isso o MST volta a invadir propriedades e não se vê o ser supremo convocar as PMs para desocupar fazendas invadidas. Ao contrário, agora invasor tem direito a uma comissão de negociação. Assassinos são soltos sob as teses mais estapafúrdias, deixando os pagadores de impostos à mercê da sorte.


    MARIO CAVALCANTI GAMEIRO DE MOURA

    2022-11-28 11:52:56

    Infelizmente esse dois Brasis não é uma coisa nova como bem lembrou o autor, porém espertamente esses Brasis voltaram a tona na mão de dois POPULISTAS cujo objetivo é o poder. BOZO e o DESCONDENADO são apenas a faces de uma mesma moeda, um não sobrevivi sem o outro, como aqui disse, o nosso POVO escolheu o que tinha de pior pra Final e vai sofrer as consequências de sua escolha. Aliás, esse POVO, que costumo também chamar de MASSA DE MANOBRA, está tanto de um lado como do outro.


    ALEX ERICKSON

    2022-11-27 17:37:16

    Tudo bem, doutor! Expôs bem a questão. Mas qual o sentido pragmático da afirmação: "O Brasil precisa se respeitar." O Brasil não é um ser, uma pessoa ou algo "personificável". O Judiciário está aplicando a Lei, pois os insatisfeitos são baderneiros e infratores dela. Não é prudente expor sua habilidade de defensor do maligno, ainda que sua profissão o permita. A analogia com Canudos foi pífia e injusta, pois essa é uma história trágica do nosso passado. E, atualmente, se vê insanidades.


    Alessandro

    2022-11-27 13:03:25

    Excelente análise, eloquente, sem viés. Aliás, como deveriam ser todas as análises, de todos os analistas, sempre. Todas, de todos, sempre.


    JULIANA

    2022-11-27 09:36:27

    Lembrei de um texto do Rubem Alves: casamento tênis X casamento frescobol🙈. Eu amei o texto, achei lindo e menos com "cara de sábado" que os outros...😜, mas como estou lendo só agora, domingo de manhã 🥴, só consigo me perguntar pq as pessoas ñ param de jogar tênis e começam a jogar frescobol... 😬🤷‍♀️


    Míriam

    2022-11-27 09:27:19

    Excelente artigo! Esses dois Brasis precisam, em primeiro lugar, ouvir um ao outro, despidos de seus preconceitos, para poderem começar a se entender. Mas será que querem??


    Eduardo

    2022-11-27 09:15:23

    boa análise!


    Antonio

    2022-11-27 07:46:11

    Concordamos, porém como fazer isso? Bolsonaro e Lula levaram-nos a extremos irreconciliáveis.


    Gilnei Carvalho Ocacia

    2022-11-26 21:14:59

    O Brasil não está reduzido às duas facções extremas. Há muitos que as rejeitam. Somente corruptos ou ignorantes (ou ambos) para seguir a "liderança" de um dos dois corruptos psicopatas.



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