Fachin e Gilmar votam para anular a delação de Cabral; Barroso diverge
Os ministros Edson Fachin (foto) e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, votaram nesta sexta-feira, 21, para anular a homologação do acordo de delação premiada firmado entre o ex-governador do Rio Sergio Cabral e a Polícia Federal. Luís Roberto Barroso, na outra ponta, posicionou-se para validar o acerto. Os demais integrantes da corte têm até o dia 28...
Os ministros Edson Fachin (foto) e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, votaram nesta sexta-feira, 21, para anular a homologação do acordo de delação premiada firmado entre o ex-governador do Rio Sergio Cabral e a Polícia Federal. Luís Roberto Barroso, na outra ponta, posicionou-se para validar o acerto. Os demais integrantes da corte têm até o dia 28 de maio para depositar os votos no plenário virtual.
Os ministros avaliam um recurso em que a Procuradoria-Geral da República contesta a homologação do acordo, realizada por Fachin. O caso foi levado ao plenário dias após a Polícia Federal encaminhar ao Supremo um pedido de abertura de inquérito para investigar supostos pagamentos ilícitos a Dias Toffoli, com base na delação de Cabral.
Como mostrou Crusoé, em sua mais nova edição semanal, o desfecho do julgamento ainda é uma incógnita, mas nos bastidores do Supremo não há dúvida de que ao menos a parte relativa a Toffoli será solenemente mandada para o arquivo. Algo, aliás, que é bastante comum sempre que surgem suspeitas envolvendo o ministro. A história é sempre a mesma. Com um detalhe inquietante. Além de não virarem apurações formais – nem que seja para, ao final, feitas as averiguações necessárias, concluir que ele é inocente –, os casos quase sempre se viram contra os investigadores que ousam tentar verificar as acusações contra o ministro.
No voto desta sexta-feira, 21, Fachin votou para anular a homologação sob o entendimento de que os acordos de delação precisam da anuência do Ministério Público, mesmo que firmados pela Polícia Federal. Como, no caso de Cabral, a Procuradoria-Geral da República se opôs ao acerto, ele deve, portanto, ser derrubado.
Gilmar Mendes acompanhou o relator. O ministro ainda considerou que o acordo não atende os padrões mínimos exigidos em lei para ser validado e que não há elementos da eficácia da colaboração. O magistrado votou para que o delegado responsável pelo acerto seja investigado por abuso de autoridade e violação de sigilo profissional, norteado pelo pedido de abertura de inquérito para investigar Toffoli.
“A ilicitude na investigação indevida de Ministro desta Corte é reforçada por outras duas circunstâncias relevantes: a) a tentativa de criminalização de atos de arquivamento praticadas pelo Presidente do STF em exercício a pedido da PGR e confirmada em sede de embargos de declaração pela Vice-Presidente desta Corte e b) o vazamento seletivo das informações deste caso sigiloso para a mídia".
Na outra ponta, Barroso votou pela preservação do acordo de delação, argumentando que a PF pode fechar acertos de colaboração, desde que não ofereça benefícios que sejam de prerrogativa do MP.
O pontuou que, para o pedido de abertura de inquérito a partir da delação, são necessárias provas que comprovem os relatos. "A homologação do acordo não implica reconhecimento de que as declarações do colaborador sejam suficientes, isoladamente, para a abertura de investigações”, disse.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
PAULO
2021-05-21 19:47:16A Crusoé pontuou bem. Como saber se um ministro do STF é corrupto? Sempre prevalece na corte o espírito de corpo. Então deduzimos que a Suprema Corte, como instituição, é corrupta.
Jaime
2021-05-21 19:42:17Não estão interessados em prender corruptos; estão preocupados com as formalidades..."Deus, o prometido cabo e o soldado?!"
Roberto
2021-05-21 18:33:55Isso que está acontecendo só tem uma explicação. A escolha dos julgadores do stf pelo agente político. Como a política é suja .....
Nelson
2021-05-21 14:37:11Fachin votou contra o acordo que ele mesmo havia sacramentado?
Luiz
2021-05-21 13:52:56É uma inversão total , como adquirir provas se não pode investigar, e tendo o corporativismo explícito , como o Brasil chegou a esse ponto ninguém sabe ao certo , mas em questão de Justiça , acabou , não existe esperança , onde o poder emana de todos os lados , menos do povo que se arrebenta pra pagar uma carga tributária que beira um assalto , para termos tudo engessado por servidores indicados , e políticos corruptos onde se inverte os valores e até a constituição.
HansRudolf Zollinger
2021-05-21 13:04:14Conclusão da Crusoé, 21.05.: S. Cabral denunciou Toffoli e foi mal; STF destruiu a CF, soltou Lula, para sua reeleição, engavetou denúncias contra seus aliados corruptos; J.M.B. comprou senadores para se blindar. Os Generais das FFAA covardes! O Brasil se ferrou!
Silvino
2021-05-21 12:59:43Quando a coisa aperta pros larápios do dinheiro público sempre aparece a figura impar do paladino da justiça, o já famoso Beiçola, mais conhecido como João Plenário, para tentar melar na fonte o combate à corrupção endêmica no país. Esse personagem atua como os inquilinos do Palácio do Planalto joga a culpa nos outros ou arranja alguma desculpa esfarrapada para justificar suas decisões. Deixa rolar para gente o que vai dar lá na frente, Beiçola. Pelo menos uma vez na vida.
Claudio
2021-05-21 12:35:44Quando toca no centro neveraltico deles, o espírito de corpo aparece. É ugual a comparar; pimenta no anus dos outros é doce, no da gente arde pra cacete. Vamos ver os podres dos INTOCÁVEIS.
Jorge
2021-05-21 11:22:07Pergunta óbvia - só não no Bananão: Toffoli vai se abster?
CARLOS
2021-05-21 11:16:42Para surpresa de ninguém, GM abre divergência, e deverá ser seguido de Tofolli, Lewan...