Empresa do caixa 2 de Serra recebeu dinheiro da JBS, OAS, JHSF e EBX
A investigação da Polícia Federal sobre o suposto caixa dois eleitoral do senador José Serra (foto), do PSDB, identificou que o tucano recebeu um grande volume de recursos não contabilizados por meio de uma empresa de eventos chamada LRC Promoções e Eventos. Dados da quebra de sigilo bancário e do Coaf mostram que, além de...
A investigação da Polícia Federal sobre o suposto caixa dois eleitoral do senador José Serra (foto), do PSDB, identificou que o tucano recebeu um grande volume de recursos não contabilizados por meio de uma empresa de eventos chamada LRC Promoções e Eventos.
Dados da quebra de sigilo bancário e do Coaf mostram que, além de pagamentos da empresa Qualicorp, que embasaram e Operação Paralelo 23, deflagrada nesta terça-feira, 21, a empresa do suposto caixa dois de Serra recebeu dinheiro da JBS, OAS, JHSF e EBX, do empresário Eike Batista, no período eleitoral.
No caso envolvendo a Qualicorp, segundo a PF, a LRC Eventos foi uma das intermediárias de 3 milhões dos 5 milhões de reais que a empresa do setor de saúde teria transferido para Serra na campanha de 2014, quando ele se elegeu senador. A operação também contou com a participação da IGS consultoria, a quem coube fazer o repasse à LRC. Como revelou Crusoé, a empresa de consultoria também já foi usada para distribuir dinheiro ao operador do MDB no Senado, Milton Lyra.
A pedido da Polícia Federal, a Justiça Eleitoral decretou o bloqueio de bens do tucano e do empresário José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp.
Para a PF, "há robustos indícios" de que a LRC tenha sido usada por Serra para receber caixa dois de campanha porque o empresário Joesley Batista, em sua delação premiada, afirmou ter repassado 6 milhões de reais ao tucano na eleição de 2010 por meio da mesma empresa.
Segundo dados do Coaf, a LRC recebeu entre junho e outubro de 2014 a quantia de 1,48 milhão de reais da empresa JHSF, investigada na Operação Acrônimo pelo pagamento de propinas a agentes públicos e políticos. Também foi detectado pelo Coaf o recebimento da quantia de 370 mil reais da empresa Mead Johnson do Brasil, multinacional americana do setor de nutrição.
A LRC Eventos foi criada pelo empresário Luís Roberto Coutinho Nogueira, amigo de Serra que morreu em 2014. Hoje, a empresa está no nome de Fernanda e Roberto Coutinho Nogueira, que são sobrinhos dos fundadores do grupo EPTV, emissora de televisão afiliada da Globo no interior paulista.
A Polícia Federal pediu a prisão do casal, mas o pleito foi negado pela Justiça Eleitoral. Além da Qualicorp, as sedes da JHSF e Mead Johnson foram alvos de busca e apreensão nesta terça-feira.
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