Desvios na compra de respiradores: governador do Amazonas é alvo de buscas
O governador do Amazonas, Wilson Lima, do PSC, é alvo de buscas e apreensões nesta terça-feira, 30, no âmbito da Operação Sangria, que investiga supostas fraudes e desvios em contratos de 2,9 milhões de reais para a compra de respiradores. Além dele, outras 13 pessoas físicas e jurídicas são alvo da ação da Polícia Federal,...
O governador do Amazonas, Wilson Lima, do PSC, é alvo de buscas e apreensões nesta terça-feira, 30, no âmbito da Operação Sangria, que investiga supostas fraudes e desvios em contratos de 2,9 milhões de reais para a compra de respiradores. Além dele, outras 13 pessoas físicas e jurídicas são alvo da ação da Polícia Federal, que foi requerida pela Procuradoria-Geral da República e autorizada pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça. O ministro determinou o bloqueio de 2,9 milhões de reais dos investigados.
Segundo a PGR, a compra foi superfaturada, houve direcionamento para a empresa contratada, além de lavagem de dinheiro para encobrir os supostos desvios. Para a subprocuradora-geral, Lindôra Araújo, que pediu a deflagração da Operação Sangria ao STJ, foi possível "evidenciar que se está diante da atuação de uma verdadeira organização criminosa que, instalada nas estruturas estatais do governo do estado do Amazonas, serve-se da situação de calamidade provocada pela pandemia de Covid-19 para obter ganhos financeiros ilícitos, em prejuízo do erário e do atendimento adequado à saúde da população".
De acordo com a PGR, em um dos contratos, o superfaturamento foi de 496 mil reais, chegando a ser 133% superior ao maior preço praticado no país durante a pandemia. As investigações também miram a compra de 28 respiradores de uma importadora de vinhos, que seria só uma fachada para outra empresa de equipamentos de saúde que já havia firmado contratos com o governo.
No mesmo dia em que a importadora de vinhos comprou os equipamentos da empresa por 2,4 milhões de reais, revendeu os mesmos aparelhos ao estado pela cifra de 2,976 milhões de reais. Após receber do governo pela compra, a adega repassou o dinheiro à empresa da qual havia adquirido os respiradores. Segundo a PGR, há ligação entre os empresários e os agentes públicos envolvidos na compra.
“Os fatos ilícitos investigados têm sido praticados sob o comando e orientação do governador do estado do Amazonas, Wilson Lima, o qual detém o domínio completo e final não apenas dos atos relativos à aquisição de respiradores para enfrentamento da pandemia, mas também de todas as demais ações governamentais relacionadas à questão, no bojo das quais atos ilícitos têm sido praticados", diz a subprocuradora-geral Lindôra Araújo.
Estão sendo apuradas suspeitas da prática de peculato, delitos da lei de licitações, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)