PF aborda secretário de Witzel que recebeu R$ 225 mil de empresário preso
Agentes da Polícia Federal estiveram, no início da tarde desta terça-feira, 26, no gabinete do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, Lucas Tristão (foto), situado em um dos anexos do Palácio Guanabara, de onde o governador Wilson Witzel despacha. Embora não tenha sido alvo dos 12 mandados de busca e apreensão cumpridos...
Agentes da Polícia Federal estiveram, no início da tarde desta terça-feira, 26, no gabinete do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, Lucas Tristão (foto), situado em um dos anexos do Palácio Guanabara, de onde o governador Wilson Witzel despacha.
Embora não tenha sido alvo dos 12 mandados de busca e apreensão cumpridos nesta terça, as iniciais L.T., que se referem a Tristão, aparecem na decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, como um dos agentes do governo Witzel que mantém relação com a "organização criminosa" chefiada pelo empresário Mário Peixoto, preso no dia 14 de maio.
Segundo o Ministério Público Federal, o escritório de advocacia de Tristão recebeu 225 mil reais das empresas de Peixoto. A relação do secretário de Desenvolvimento Econômico com o grupo preso por fraudar contratos com o governo do Rio seria comprovada em uma conversa telefônica interceptada pelos investigadores envolvendo um sobrinho de Peixoto, também preso.
A abordagem dos agentes da PF ao gabinete de Lucas Tristão faz parte dos desdobramentos da Operação Placebo, deflagrada na manhã desta terça-feira pela PF para apurar indícios de desvios de recursos públicos em ações de combate ao coronavírus no Rio.
Um dos mandados foi cumprido no início da manhã no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador. Outro, no escritório de advocacia em que trabalha a primeira-dama, Helena Witzel, também acusada de receber dinheiro das empresas controladas por Mário Peixoto. Todos negam irregularidades.
Peixoto é um antigo fornecedor do governo fluminense, desde a gestão Sergio Cabral, e concentra a maior parte dos contratos na Fundação de Apoio à Escola Técnica, além da área da saúde. Em depoimento à PF no fim de 2019, Carlos Fernando Marinho, ex-presidente da Faetec, disse que Peixoto tinha "forte influência" junto a Witzel.
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