'Não cabe ao ministro da Justiça obstruir investigações', declara Moro
Sergio Moro (foto) rebateu declarações de Jair Bolsonaro, que acusou o governador do Rio, Wilson Witzel, de usar a estrutura policial fluminense contra sua família a fim de destruí-lo politicamente e disse que o ex-ministro deveria tê-lo protegido das investidas do adversário político. No Twitter, Moro declarou que “não cabe ao ministro de Justiça obstruir...
Sergio Moro (foto) rebateu declarações de Jair Bolsonaro, que acusou o governador do Rio, Wilson Witzel, de usar a estrutura policial fluminense contra sua família a fim de destruí-lo politicamente e disse que o ex-ministro deveria tê-lo protegido das investidas do adversário político.
No Twitter, Moro declarou que “não cabe ao ministro de Justiça obstruir investigações da Justiça Estadual, ainda que envolvam supostos crimes dos filhos do presidente”. “As únicas buscas da Justiça Estadual que conheço deram-se sobre um filho e um amigo em dezembro de 2019 e não cabia a mim impedir”, escreveu nesta sexta-feira, 22.
Não cabe também ao Ministro da Justiça obstruir investigações da Justiça Estadual, ainda que envolvam supostos crimes dos filhos do Presidente. As únicas buscas da Justiça Estadual que conheço deram-se sobre um filho e um amigo em dezembro de 2019 e não cabia a mim impedir. pic.twitter.com/OuhBs9oFxY
— Sergio Moro (@SF_Moro) May 23, 2020
O ex-juiz da Lava Jato manifestou-se minutos após Bolsonaro dizer, ao chegar ao Palácio da Alvorada, que esteve “o tempo todo vivendo sob tensão”. Ele mencionou a ocasião em que a Polícia Civil do Rio, subordinada a Witzel, tomou o depoimento de um porteiro de seu condomínio, na Barra da Tijuca, que mencionava seu nome na investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco – depois, em inquérito instaurado pela Polícia Federal, restou demonstrado que o porteiro mentiu.
“Possibilidade de busca e apreensão em casa de filho meu, onde provas seriam plantadas. Graças a Deus tenho amigos policiais civis e policiais militares no Rio de Janeiro, e levantei o que estava sendo armado para mim. ‘Moro, eu não quero que me blinde, mas você tem a missão de não deixar eu ser chantageado’”, emendou, fazendo referência ao que teria dito ao ex-juiz.
O presidente avaliou que Moro deveria ter sido mais incisivo em sua proteção. “Não é me defender de corrupção, de dinheiro encontrado no exterior, é defender o presidente para que ele possa trabalhar e ter paz contra uma pessoa que tem obsessão por uma faixa presidencial. Não consegue administrar o Rio de Janeiro e quer ser presidente da República.”
Crusoé detalhou a apreensão de Bolsonaro há duas semanas. O presidente passou a repetir em conversas mais reservadas, e em outras nem tanto, que estava em guerra com Witzel. O presidente queria a Polícia Federal em campo para defendê-lo. Por isso o interesse na superintendência da corporação no Rio de Janeiro.
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