Comissão quer que MP apure ‘fraude científica’ em pesquisa sobre cloroquina
A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Conselho Nacional de Saúde, pedirá ao Ministério Público para apurar fraude científica no estudo da Prevent Senior sobre o uso de hidroxicloroquina (foto) e azitromicina em pacientes com a Covid-19. Segundo o médico Jorge Venâncio, coordenador da comissão, ligada ao Ministério da Saúde, os responsáveis pela...

A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Conselho Nacional de Saúde, pedirá ao Ministério Público para apurar fraude científica no estudo da Prevent Senior sobre o uso de hidroxicloroquina (foto) e azitromicina em pacientes com a Covid-19.
Segundo o médico Jorge Venâncio, coordenador da comissão, ligada ao Ministério da Saúde, os responsáveis pela operadora Prevent Senior apresentaram um protocolo de pesquisa científica à Conep, o qual foi aprovado. Contudo, segundo a Conep, eles realizaram a pesquisa sem seguir a metodologia científica. Além disso, apresentaram a pesquisa para revistas científicas dizendo que o estudo tinha sido aprovado pela Conep.
"Se o objetivo é avaliar se os remédios evitam a hospitalização de pacientes com a Covid-19, então não se pode incorporar na pesquisa pessoas que não fizeram o teste para a Covid-19", diz Venâncio. "Sem o teste, não se pode saber se a pessoa que está na pesquisa tem mesmo o coronavírus ou uma gripe comum. Como saber depois se os medicamentos são eficientes ou não?"
De acordo com Venâncio, o protocolo aprovado pela Conep afirma que só receberiam a hidroxicloroquina e a azitromicina as pessoas que tiveram resultado positivo para a Covid-19.
"Não vejo problema algum em um médico receitar esses medicamentos para evitar a morte de seu paciente. Estamos em uma situação limite. A questão que para mim não está correta é querer transformar isso em uma pesquisa científica. Como eles não estão seguindo a metodologia científica, aí fica tudo de cabeça para baixo", diz Venâncio.
A Conep deverá ouvir Rodrigo Esper, médico da Prevent Senior e líder da pesquisa. Segundo Venâncio, o material será encaminhado ao Ministério Público no máximo até a próxima semana. "Foi algo muito flagrante. Não se trata de algo que se tenha muita dúvida sobre o que fazer."
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