Mandetta se impôs 'prazo pessoal' para forçar demissão
Aliados de Luiz Henrique Mandetta (foto) dizem que, apesar dos fortes rumores de sua demissão do Ministério da Saúde, ele não tinha recebido até a noite de quarta-feira, 15, qualquer aviso direto do presidente Jair Bolsonaro nem de ministros do Palácio do Planalto de que será exonerado. O titular da Saúde interpretou que seria demitido...
Aliados de Luiz Henrique Mandetta (foto) dizem que, apesar dos fortes rumores de sua demissão do Ministério da Saúde, ele não tinha recebido até a noite de quarta-feira, 15, qualquer aviso direto do presidente Jair Bolsonaro nem de ministros do Palácio do Planalto de que será exonerado.
O titular da Saúde interpretou que seria demitido após o aumento da tensão com Bolsonaro e depois de passar a receber ligações de colegas médicos sondados por integrantes do Planalto para assumirem sua cadeira.
No último fim de semana, Mandetta se impôs um prazo pessoal para deixar o cargo até esta sexta-feira, 17. Como não pretende pedir demissão, passou a atuar para provocar sua própria exoneração. A entrevista ao Fantástico no domingo, 12, fez parte dessa estratégia.
Aliados dizem que a “gota d´água” para o ministro se impor esse prazo foi a visita à construção do hospital de campanha em Águas Lindas, a cerca de 50 quilômetros de Brasília, no sábado, 11. Mandetta foi ao local no mesmo helicóptero que Bolsonaro, mas os dois não trocaram uma palavra.
Durante a visita, o presidente provocou aglomerações, chegando, inclusive, a cumprimentar apoiadores que estavam na entrada do local. A atitude foi vista como uma “humilhação” pelo ministro, que, em vez de retornar a Brasília, foi para Goiânia com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
Desde a noite de terça-feira, 14, Mandetta fez questão de dar sinais de seu prazo pessoal aos integrantes de sua equipe e a parlamentares com os quais tem proximidade. Na tarde de quarta-feira, 15, por exemplo, avisou a deputados da Comissão Independente do Coronavírus da Câmara que deveria deixar o cargo até esta quinta-feira, 16.
"O Mandetta se impôs um prazo pessoal, ele não quer passar desta semana e, por isso, vai cavar a demissão”, afirmou a Crusoé um dos aliados mais próximos do ministro no DEM. Segundo essa fonte, se Bolsonaro não demiti-lo nesta semana, o ministro seguirá tentando provocar a demissão.
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