Almoço com Guedes foi 'fundamental' para acordo de Bolsonaro com o Congresso
O presidente Jair Bolsonaro resolveu ceder e topar o acordo com o Congresso Nacional para votação dos vetos à Lei de Diretrizes Orçamentárias após almoço a sós, fora da agenda, com o ministro da Economia, Paulo Guedes (na foto com Bolsonaro), nesta terça-feira, 3, no Palácio do Planalto. Segundo fontes envolvidas nas negociações, Guedes teve...
O presidente Jair Bolsonaro resolveu ceder e topar o acordo com o Congresso Nacional para votação dos vetos à Lei de Diretrizes Orçamentárias após almoço a sós, fora da agenda, com o ministro da Economia, Paulo Guedes (na foto com Bolsonaro), nesta terça-feira, 3, no Palácio do Planalto.
Segundo fontes envolvidas nas negociações, Guedes teve um "papel fundamental" para convencer o presidente de que o prejuízo de uma briga com caciques da Câmara poderia ser ainda maior -- a maioria do Senado vinha sinalizando que votaria junto com o governo de qualquer forma.
Nos últimos dias, congressistas deram ao menos duas indicações de que poderiam aprovar pautas bomba. Uma delas foi a aprovação hoje em comissão, por 14 votos a 0, da medida provisória que cria o 13º do Bolsa Família e a extensão do salário extra a quem recebe o Benefício de Prestação Continuada.
Outro "aviso" foi dado com a inclusão, na pauta da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, do projeto que muda a fórmula de reajuste do salário mínimo. Pela proposta, o mínimo passaria a ser reajustado não só pela inflação, como é hoje, mas levando em conta também o crescimento do PIB per capita.
A proposta, de autoria do senador Eduardo Braga, do MDB, tem forte impacto nas despesas do governo. A votação do projeto estava prevista para hoje, mas acabou adiada pela CAE. O simples fato de a matéria ter sido pautada, contudo, já acendeu o alerta no governo, sobretudo na área econômica.
Com essas sinalizações, Guedes convenceu Bolsonaro de que era preciso ceder em algo. O presidente acabou topando um meio termo e enviou três projetos de lei prevendo que Legislativo terá controle sobre a liberação de 15 bilhões de reais em emendas, metade dos 30 bilhões que os congressistas queriam.
No início da manhã, o discurso de ministros palacianos era outro: de que não haveria acordo. "Vamos para o voto", disse a Crusoé um auxiliar direto do presidente. A aposta no Palácio do Planalto, até então, era de que os senadores barrariam a derrubada do veto.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
José
2020-03-04 10:10:09Depois esses meliantes dizem que não são chantagistas quando eles mesmos passam o recibo que são mesmo. Não adianta. O Presidente Bolsonaro tem que pegar a Constituição e legalmente agir contra essas quadrilhas. Em seis meses estaria feita a limpeza.
Paulina
2020-03-04 06:48:05Como sou contra a ditadura seja de esquerda ou de direita não clamo pelo fechamento do Congresso. Defendo sim o seu aprimoramento, e isso dar-se-á pelo nosso voto. Por enquanto esse é Congresso que temos, cheio de vícios e malandragens. Como o governo sozinho não conseguirá colocar juizo na cabeça dos congressistas, vamos dar uma mãozinha mantendo a Manifestação do dia 15. O Congresso não fica surdo ao clamor das ruas. Essa é a única arma que dispomos no momento. Façamos bom uso dela.
Paulo
2020-03-04 02:40:16O ótimo é inimigo do bom.
MARCO
2020-03-04 00:30:24Pauta bomba...e o anti-democrático é o poder executivo...!!! Ha ha ha....
Wilson
2020-03-03 21:18:09Acordo?Que acordo? Se o Presidente Bolsonaro fez qualquer acordo com esse congresso de desclassificados, a verdadeira direita ficará sabendo que o chefe do cardume de traíras que infestam o governo,é o Presidente.Vomos aguardar
Paulo
2020-03-03 21:05:42Continua sendo chantagem.
Rosangela
2020-03-03 20:44:14Isso parece nota plantada pelas "fontes" do Centrão ouvidas pelo repórter: Guedes "convenceu" o Presidente de que é melhor ceder à chantagem. Escamoteia que se tratou de chantagem.
Aladim
2020-03-03 20:05:25Não se vê saída na conversa, Maia e Alcolumbre são os cherifes de uma turma de ladrões que só pensam nos seus bolsos e o governo fica refém dessa gang, só tem uma saída, que se faça como em 64, acabar com a banca dos canalhas.
LuisR
2020-03-03 19:50:43Bolsonaro mijou pra trás, mas os militares também parecem não querer envolvimento, então... o povo está, o Brasil está, nós estamos fodidissimos. A corja de corruptos ladrões pelo jeito venceu!
Odir
2020-03-03 19:48:15Espera aí! Desde quando o legislativo pode votar matéria que aumente a despesa do Executivo? A não ser que ofereça como contra partida o escandaloso orçamento do Congresso Nacional. Esse negócio de pauta bomba é balela. O presidente veta por absoluta falta de dinheiro.