Empreiteira que vai concluir metrô de SP é líder em falhas no Rodoanel
Uma auditoria contratada pelo governo João Doria em São Paulo identificou 59 grandes falhas na construção do trecho norte do Rodoanel, que está parada há mais de um ano. O maior número de "anomalias graves" na obra foi detectado no lote 6, que era executado pela construtora Acciona. Na semana passada, o próprio Doria anunciou...
Uma auditoria contratada pelo governo João Doria em São Paulo identificou 59 grandes falhas na construção do trecho norte do Rodoanel, que está parada há mais de um ano. O maior número de "anomalias graves" na obra foi detectado no lote 6, que era executado pela construtora Acciona.
Na semana passada, o próprio Doria anunciou que a empresa espanhola vai assumir a construção de outra obra parada do governo paulista, a Linha 6-Laranja do metrô. Na eleição, o tucano prometeu concluir os dois empreendimentos que herdou dos antecessores até o fim de sua gestão, em 2022.
Segundo a auditoria do Rodoanel, feita pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas, órgão do próprio governo, o lote 6 da Acciona apresentou 18 falhas grandes, ou seja, 30% do total. Chamadas de anomalias graves no relatório do IPT, as falhas incluem problemas estruturais em pontes e erosão de encostas, que podem impactar o funcionamento da via.
Ao todo,o IPT constatou 1.291 falhas em toda a obra, que tem 44 quilômetros de extensão e é alvo de denúncia da Lava Jato paulista por supostos desvios que somam 480 milhões de reais. Os problemas foram classificados assim: insignificantes, pequenos, médios e grandes. O lote 4, que também era executado pela Acciona, apresentou o maior número total de anomalias: 332.
A auditoria fez a ressalva de que é esperado encontrar mais falhas em lotes cujas obras estavam mais avançadas, como é o caso do lote 4 da Acciona. Estatisticamente, os lotes 2 e 3, que eram da construtora OAS, concentraram o maior número de anomalias por trecho.
Ainda assim, o relatório destaca que o lote 6, que é líder em grandes falhas no Rodoanel, não tem túneis e grande parte das pontes previstas ainda não foram iniciadas. Segundo o IPT, túneis e pontes costumam concentrar os problemas estruturais mais graves.
A auditoria será usada pelo governo Doria na nova licitação que deve ser feita ainda este para concluir a obra, que já consumiu 10 bilhões de reais e deveria ter sido entregue pelo ex-governador Geraldo Alckmin, também do PSDB, em 2016.
Todos os contratos foram rescindidos unilateralmente pela Dersa, que agora trava uma disputa de 900 milhões de reais com as empreiteiras em cortes de arbitragem. Procurada, a Acciona ainda não se manifestou a respeito.
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Comentários (10)
Uira
2020-03-08 19:03:38De MODO BEM PRAGMÁTICO, o ESTADO seria CAPAZ de CRIAR ou LIBERAR DEMANDA através da OFERTA de seus SERVIÇOS, OBRAS e PRODUTOS. Pois como o MERCADO tem uma RELAÇÃO UMBILICAL com ele, quanto MENOS o ESTADO ATRAPALHAR e MAIS COLABORAR, MELHORES seriam as CONDIÇÕES DE CONCORRÊNCIA, GERAÇÃO e CRIAÇÃO DE RIQUEZA. As LICITAÇÕES estariam INCLUÍDAS neste RACIOCÍNIO.
Uira
2020-03-08 19:00:11Com isto, haveria PREVISIBILIDADE do LADO DA OFERTA e DA DEMANDA, permitindo que o ESTADO chegasse o MAIS PRÓXIMO POSSÍVEL de TANGENCIAR as NECESSIDADES e EXPECTATIVAS MÍNIMAS dos USUÁRIOS pelo MENOR TEMPO e CUSTO, assim como MAIOR PRODUTIVIDADE POSSÍVEIS. Uma LICITAÇÃO deveria ser CONCEBIDA da PERSPECTIVA do RETORNO SOCIAL, pois se o OBJETO LICITADO PROPICIA GANHOS ECONÔMICOS e SOCIAIS, isto se REFLETIRIA no CRESCIMENTO ECONÔMICO e, CONSEQUENTEMENTE, nas RECEITAS DO ESTADO.
Uira
2020-03-08 18:56:10No LONGO PRAZO, as ESTATÍSTICAS poderiam muito bem servir para que o ESTADO tivesse CONDIÇÕES de PREVER o CUSTO DOS CONTRATOS, PRAZO DE CONCLUSÃO, BÔNUS CONCEDIDOS, MELHORES CONTRATADAS, ou seja, PREVISIBILIDADE, o que em TERMOS de RISCO e RETORNO possui RELAÇÃO INVERSA, MAIS PREVISIBILIDADE equivale a MENOR RISCO e RETORNO MAIOR. Além do mais, o ESTADO têm CONDIÇÕES tb de ELABORAR DISPOSITIVOS para ACOMPANHAR a "FRUIÇÃO" dos BENS PÚBLICOS (ESTATIZADOS e CONCEDIDOS).
Uira
2020-03-08 18:52:05Em NÍVEL NACIONAL e dependendo do NÚMERO DE EMPRESAS, poderiam ser ESTABELECIDOS CRITÉRIOS como OBRAS RELICITADAS pq foram ABANDONADAS ou o CONTRATO INICIAL foi ENCERRADO só poderem ser DISPUTADAS por EMPRESAS com uma DETERMINADA PONTUAÇÃO. Assim, o PROCESSO LICITATÓRIO permitiria que EMPRESAS NOVAS (OXIGÊNIO) entrassem no SISTEMA, mas tb AFUNILARIA o PROCESSO quando alguma delas DEMONSTRASSE não ter CAPACIDADE de EXECUTAR o CONTRATO conforme PROJETADO.
Uira
2020-03-08 18:48:35Dentro de uma FILOSOFIA DE LICITAÇÃO ENXUTA é sempre RAZOÁVEL deixar uma MARGEM DE MANOBRA e DESCARTE dos LICITANTES PICARETAS que entrarão na LICITAÇÃO e FORNECERÃO uma PROJEÇÃO IRREAL, levando o CONTRATO sem que tenham CAPACIDADE DE EXECUTÁ-LO. Além do mais, pq não poderia ser criado algo como um SISTEMA DE PONTUAÇÃO, onde os CONTRATADOS receberiam PONTOS de acordo com seus NÍVEIS DE PRODUTIVIDADE por CONTRATO, com uma MÉDIA PONDERADA de acordo com a ATUALIDADE do CONTRATO e o Nº de CONTRATOS.
Uira
2020-03-08 18:41:16Portanto, em um PROCESSO LICITATÓRIO ENXUTO, os NÍVEIS DE "PRODUTIVIDADE" poderiam ser um MECANISMO para FILTRAR exatamente as EMPRESAS MAIS EFICIENTES e que estão APTAS a CALCULAR a VIABILIDADE FINANCEIRA dos PROJETOS e a CAPACIDADE DE EXECUÇÃO da EMPRESA. Para isto, seria INTELIGENTE tb se PENSAR e PLANEJAR CUIDADOSAMENTE as CLÁUSULAS de ENCERRAMENTO DO CONTRATO e já INCLUIR em CADA LICITAÇÃO a HIPÓTESE de que a OBRA não seja FINALIZADA pela VENCEDORA ORIGINAL.
Uira
2020-03-08 18:36:03Ou é MUITO FÁCIL para o CONTRATADO atingir as "METAS" ou é MUITO DIFÍCIL, o que tornaria os BÔNUS INATINGÍVEIS e poderiam acabar ENCARECENDO as LICITAÇÕES posteriores. Até hj, o que se observa na MENTALIDADE do EMPRESARIADO BRASILEIRO, tanto que ATUA SÓ no SETOR PRIVADO quanto no PÚBLICO, é a FALTA DE PLANEJAMENTO e RACIONALIZAÇÃO. Os EMPRESÁRIOS BRASILEIROS são PICARETAS por NATUREZA, sempre estão COLOCANDO algum EVENTO EXTRAORDINÁRIO ou ILEGAL em seus CÁLCULOS.
Uira
2020-03-08 18:33:14Considerando as ESTATÍSTICAS LEVANTADAS e OBTIDAS pelo IPT PAULISTA, poderiam ser ESTABELECIDOS NÍVEIS DE "PRODUTIVIDADE", OBRAS ENTREGUES SEM ATRASO e com MENOR NÚMERO DE DEFEITOS FARIAM JUS a "BÔNUS" de acordo com o NÍVEL ATINGIDO. Quanto MAIOR A PRODUTIVIDADE, MAIOR o BÔNUS. Teoricamente, quanto MAIS DADOS COMPILADOS e a PRECISÃO destes, MELHOR SERIA este AJUSTE, pois tal MECANISMO poderia acabar sendo OURO DE TOLO, está no CONTRATO, mas não se CONCRETIZA.
Uira
2020-03-08 18:26:57Em relação ao MERCADO, o ESTADO é um RETARDATÁRIO, mas em CONTRAPARTIDA, ele não PERMANECE ESTAGNADO e CAPITALIZA na CERTEZA (literalmente), isto é, RELAÇÃO RISCO X RETORNO MAIS CONSERVADORA. Considerando as VARIÁVEIS de TEMPO, CUSTO e PRODUTIVIDADE, a META deveria ser ENTREGAR as OBRAS no MENOR TEMPO e CUSTO POSSÍVEL, o que REPRESENTARIA MAIOR PRODUTIVIDADE. Em CONTRAPARTIDA, o CONTRATADO que ALCANÇA MAIOR PRODUTIVIDADE deveria FAZER JUS a uma "RECOMPENSA".
Uira
2020-03-08 18:14:19Em um CONTEXTO COMPARTILHADO, ESTADO e MERCADO deveriam ter FUNÇÕES DISTINTAS. O PRIMEIRO seria CONSERVADOR e AVESSO AO RISCO, enquanto o SEGUNDO seria o INVERSO: ARROJADO e PROPENSO AO RISCO. Desta forma, o ESTADO entrega menos do que os USUÁRIOS almejariam (incluído o MERCADO), pois as PREVISÕES nas quais ele baseia seu PLANEJAMENTO são CONSERVADORAS. Ao MERCADO caberia se ADAPTAR e "FRUIR" o que o ESTADO lhe DISPONIBILIZA, INCORRENDO NOS MAIORES RISCOS.