O recado dos mísseis iranianos
Uma das tarefas dos oficiais americanos nas últimas horas foi interpretar a mensagem por trás dos mísseis enviados contra bases militares no Iraque. Na noite da terça-feira, 7, horário do Brasil, o Irã enviou de seu próprio território 22 mísseis balísticos contra bases no Iraque que hospedavam soldados americanos. A operação, batizada de Mártir Soleimani,...

Uma das tarefas dos oficiais americanos nas últimas horas foi interpretar a mensagem por trás dos mísseis enviados contra bases militares no Iraque.
Na noite da terça-feira, 7, horário do Brasil, o Irã enviou de seu próprio território 22 mísseis balísticos contra bases no Iraque que hospedavam soldados americanos. A operação, batizada de Mártir Soleimani, foi feita para vingar a morte do general iraniano Qassem Soleimani em um ataque de drone na quinta-feira, 2.
Com o ataque de seu território, o Irã quis dar um sinal claro de que o país enfrentaria os Estados Unidos diretamente, sem usar intermediários. A teocracia quis fazer uma ação à altura do morto, cujo funeral arrastou milhares de pessoas em várias cidades do Iraque e do Irã.
Logo em seguida, o ministro de Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, publicou uma mensagem no Twitter afirmando que a intenção não era provocar uma escalada ou uma guerra. As bases teriam sido escolhidas porque foi delas que partiu o drone que matou Soleimani. A vingança, assim, teria sido proporcional. Não haveria motivo para os Estados Unidos iniciarem uma nova onda de agressão.
Trump entendeu a mensagem e não prometeu nenhuma nova ação militar contra o Irã em seu discurso na manhã desta quarta, 8. Falou apenas em sanções e em fazer um novo acordo nuclear.
Outro fator que contribuiu para que a mensagem do Irã fosse interpretada dessa forma pelos Estados Unidos foi que os mísseis não provocaram mortes de americanos. Houve até a suspeita de que o ataque teria sido propositadamente planejado para evitar vítimas fatais.
Na noite desta quarta-feira, 8, contudo, alguns mísseis voltaram a cair sobre bases americanas no Iraque. A dúvida, então, é se os disparos teriam sido de fato ordenados pelo governo do Irã, que aparentemente estava encerrando o ciclo de confrontação. Trump, em seu discurso no começo da tarde do Brasil, disse que o Irã estava se acalmando e recuando da briga.
Uma das possíveis explicações para os foguetes recentes é a de que os disparos foram feitos por milícias apoiadas pelo Irã. Seus membros poderiam ter agido de forma autônoma. Soleimani, quando estava vivo, foi um dos principais responsáveis por organizar a hierarquia entre as diferentes forças, estatais e paramilitares. Sua morte poderia ter quebrado um pouco a organização, permitindo atitudes independentes.
O chefe do Comando-Maior das Forças dos Estados Unidos, Mark Milley, deu declarações para a imprensa sobre os ataques de mísseis. Para ele, o primeiro ataque iraniano teve, sim, o objetivo de provocar mortes de americanos.
Além disso, Milley acredita que milícias ligadas ao Irã possam conduzir ataques contra as Forças Americanas e aliados no Iraque. Ao ser perguntado se o Irã tinha recuado depois do primeiro ataque, ele respondeu: “É muito cedo para dizer”.
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Comentários (9)
Jose
2020-01-09 14:52:22O que me chama á atenção, é que as bases Americanas estavam em "alerta máxima", não conseguiram interceptar os mísseis. Israel tem um escudo de interceptaçao com alto grau de acertos.
Roberto
2020-01-09 11:59:03Os aiatolás estão contentes...eliminaram uma sombra poderosa...
MARCIA
2020-01-09 11:00:28E o avião ucraniano? (ops! foi mal...)
Paulo Renato
2020-01-09 08:13:13Que nada! Tudo isso daí, foi previamente combinado com os russos. Ou vocês acham que os russos iriam tolerar a presença norte-americana no Irã, a patrulhar as águas do mar Cáspio? Façam-me rir.
IVO
2020-01-09 07:47:51O presidente Trump falou que APARENTEMENTE o Irã estava recuando. É diferente da afirmação desta revista que afirmou que Trump disse que o Irã estava recuando.
Rosileine
2020-01-09 07:32:08o tal general treinava terroristas, era o alvo dos EUA, acertaram em cheio
Cretino
2020-01-09 05:53:33Uma guerra USA x Irã seria travada em território iraniano e adjacências, com grande destruição àquele país. O regime não conseguiria conter o número crescente de insatisfeitos (vide revolta de dezembro, que massacrou mais de 1.500 pessoas). Não haveria como vencer e, antes, do cessar fogo (diante da pressão mundial) o Irã estaria arrasado. O regime poderia cair.
Raul
2020-01-09 01:44:38Os ataques do Irã atendem apenas à necessidade de mostrar para os incautos qué eles se vingaram. Mais nada. Fim da "crise", vida que segue, com um Irá mais contido e cauteloso por conta da eliminação do Suleimani (o que não quer dizer que o Irã não continue a ser perigoso).
Eduardo
2020-01-08 22:43:56A imprensa americana já questiona as intenções político eleitorais irresponsáveis de Trump por trás do ataque e agora os militares põem em dúvida suas conclusões precipitadas após os bombardeios. Mais uma vez Trump tentou dar uma de espertalhão e só fez besteira. Não conseguiu nada além de dar um susto no mundo e reativar o programa nuclear iraniano.