O vale-tudo na disputa pela liderança do PSDB na Câmara

A disputa pela liderança do PSDB na Câmara entre aliados e adversários de João Doria no partido parece ter entrado na fase do vale-tudo. Adversários acusam o grupo do governador paulista de ir até um hospital em busca de uma assinatura em apoio à indicação do deputado Beto Pereira, do Mato Grosso do Sul, ao posto de líder em 2020.

Segundo adversários de Doria, familiares da deputada Tereza Nelma (foto), de Alagoas, relataram que um funcionário de um parlamentar ligado ao governador foi na quarta-feira, 11, até o hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde ela se recupera de um cirurgia, e colheu a assinatura da deputada em apoio a Pereira enquanto ela estava medicada.

Após tomar ciência do ato, Nelma mandou uma mensagem ao atual líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, aliado de Doria, pedindo a retirada da assinatura em apoio a Pereira. Até então, a parlamentar alagoana já tinha assinado a lista indicando como líder da sigla o deputado Celso Sabino, do Pará, apoiado por adversários do governador de São Paulo.

Apoiadores de Sabino acusam o grupo ligado a Doria de ter se aproveitado da fragilidade de Nelma. A assinatura da deputada alagoana seria usada para substituir a do deputado Miguel Haddad, de São Paulo. O parlamentar paulista voltará para a suplência nesta quinta-feira, 12, deixando Beto Pereira com um apoio a menos na acirrada disputa.

Na terça-feira, 10, apoiadores de Sabino boicotaram a eleição para líder, permitindo que o deputado sul-mato-grossense fosse eleito por 16 votos a 1. Os adversários de Doria, porém, pretendem apresentar na próxima sexta-feira, 13, uma nova lista com apoio da maioria da bancada para destituir Pereira e alçar Sabino à liderança. Procurado, o atual líder do PSDB não respondeu.