Obrador explica por que prendeu, e depois soltou, filho de El Chapo

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador (foto), tentou justificar nesta sexta-feira, 18, por que as forças de segurança prenderam – e depois soltaram – Ovidio Guzmán López, que assumiu o Cartel de Sinaloa depois que seu pai, El Chapo, foi preso em 2016.

"Ocorreu uma reação muito violenta e colocou-se em risco a vida de muita gente", disse Obrador.

Na tarde dessa quinta-feira, 17, um grupo da polícia e do Exército estava fazendo uma ronda na cidade de Culiacán, estado de Sinaloa, quando foram atacados de uma casa. Os oficiais reagiram e assumiram o controle do local, onde havia quatro pessoas. Entre eles estava Ovidio Guzmán López, filho de El Chapo.

Com a detenção, membros do Cartel de Sinaloa cercaram o local e começaram a espalhar o pânico na cidade. Os tiroteios duraram duas horas. A situação só se acalmou quando Ovidio foi libertado. "O patrão está livre. Podem parar de atirar", diziam áudios trocados entre os narcotraficantes.

"Essa decisão foi tomada para proteger os cidadãos. Não se pode apagar o fogo com o fogo. Somos diferentes dos outros governos. Nós não queremos mortos. Não queremos a guerra. É difícil para muitos entenderem isso. O México se converteu em um cemitério", disse Obrador nesta sexta.

No início do ano, logo após assumir a presidência, Obrador declarou o fim da guerra às drogas e disse que não pretendia prender os líderes dos cartéis.

"Oficialmente, não há mais guerra. Nós queremos paz, e nós vamos atingir a paz. Nenhum chefe do narcotráfico foi preso, porque esse não é nosso principal propósito, que é o governo garantir a segurança pública. O que queremos é segurança, é reduzir o número diário de homicídios", disse Obrador no final de janeiro.